quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Lula chama bandidos de 'anormais' e diz que ajuda 'não tem limite'

Cruzeiro On Line


A onda de violência no Rio foi citada nesta quarta-feira (28) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante inauguração de um ginásio na vila olímpica da Mangueira, favela da zona norte onde é intensa a presença do tráfico de drogas. No discurso, Lula disse que acabou a visão romântica das favelas, anunciou que a ajuda do governo federal ao Estado do Rio "não tem limite", chamou bandidos de "anormais" e disse que não se acaba com o crime organizado "em um minuto". "Se somar os esforços e não ficar discutindo merreca de dinheiro, a gente pode resolver", afirmou o presidente.



Diante de uma plateia formada principalmente por jovens moradores da comunidade, Lula disse que "acabou o tempo em que morar em favela era motivo para fazer poema, fazer samba, porque com o narcotráfico não tem poema, tem de prender os que estão tirando a liberdade das pessoas que querem trabalhar honestamente e são 99,999% da população do Rio". O presidente fez referência aos últimos episódios de violência nos morros, em que pelo menos 47 pessoas foram mortas, entre as quais três policiais em um helicóptero derrubado por traficantes.



"Temos de evitar o que aconteceu nos últimos dias no Rio de Janeiro. O que eu acho é que é quadrilha brigando com quadrilha. Mas tem pessoas que acham que o governador poderia acabar com a quadrilha em um minuto. Se fosse fácil, a violência não perduraria 30, 40 anos", discursou o presidente. Lula chegou à Mangueira pouco antes das 11h30 e ficou na vila olímpica por quase duas horas. Antes, em outra favela, a 3 km da área visitada pelo presidente, um jovem de 15 anos, Rafael da Costa Ribeiro, morreu baleado durante operação do Batalhão de Operações Especiais (Bope) na comunidade de Mandala 3, em Manguinhos (zona norte).



Os moradores se rebelaram e fizeram barricadas na entrada da favela. "Não é fácil quando se lida com gente anormal. O bandido não é normal. É anormal. Nós somos normais. Se você tivesse um arma apontada para minha cabeça eu estaria tremendo", disse ainda o presidente em entrevista coletiva após o evento.(AE)


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