Edson Sardinha
Lista divulgada pela revista norte-americana
Forbes mostra que o
Brasil tem o maior número de bilionários da América Latina. De acordo com a
publicação, 18 brasileiros têm patrimônio superior a R$ 1 bilhão, o dobro do
segundo país latino-americano com maior número de bilionários, o México. Na
lista de 2009, eram 13 os brasileiros entre os mais ricos. Juntos, os 18
brasileiros mais ricos detêm uma fortuna de US$ 84,7 bilhões.
Do ano passado pra cá, o empresário Eike Batista saltou da 61ª colocação para
a 8ª na relação das maiores fortunas do mundo. O patrimônio dele é estimado em
US$ 27 bilhões. Dono de empresas de mineração e petróleo, Eike é filho do
ex-ministro de Minas e Energia Eliezer Batista, que também presidiu a então
estatal Companhia Vale do Rio Doce durante a ditadura militar.
O empresário foi um dos investigados pela Polícia Federal na Operação Toque
de Midas, deflagrada em julho de 2008 para apurar denúncia de direcionamento na
licitação da Estrada de Ferro do Amapá, concedida em março de 2006 para uma
empresa de Eike.
A lista dos bilionários é encabeçada pelo mexicano Carlos Slim, empresário do
setor de telecomunicações, com fortuna estimada em US$ 53,5 bilhões. É a
primeira vez, desde 1994, que a relação não é encabeçada por um americano. Bill
Gates, fundador da Microsoft, é o segundo homem mais rico do mundo, com fortuna
calculada em US$ 53 bilhões.
Dos 1.011 bilionários, 403 são norte-americanos. Há pessoas de 55
nacionalidades ao todo. China (com Hong Kong) aparece como o segundo país em
número de bilionários, com 89 nomes. A Rússia vem na terceira colocação, com 62.
No ano passado, no auge da crise econômica, a relação trazia 793 pessoas com
patrimônio superior a US$ 1 bilhão. A fortuna dos dez mais ricos do planeta
saltou de US$ 254 bilhões para US$ 342 bilhões nesse período.
Veja a relação dos brasileiros bilionários, segundo a Forbes:
Eike Batista (MMX, MPX, OGX e LLX) - US$ 27 bilhões
Jorge Paulo Lemann
(InBev) - US$ 11,5 bilhões
Joseph Safra (Banco Safra) - US$ 10
bilhões
Família Steinbruch (CSN e Vicunha) - US$ 5,5 bilhões
Marcel Telles
(InBev) - US$ 5,1 bilhões
Carlos Alberto Sicupira (InBev) - US$ 4,5
bilhões
Aloysio de Andrade Faria (Grupo Alfa) - US$ 4,2 bilhões
Abílio
Diniz (Pão-de-Açúcar) – US$ 3 bilhões
Antonio Ermírio de Moraes (Votorantim)
- US$ 3 bilhões
Moise Safra (Banco Safra) - US$ 2,3 bilhões
Elie Horn
(Imobiliária Cyrella) - US$ 2,2 bilhões
Antonio Luiz Seabra (Natura) - US$
2,2 bilhões
Guilherme Peirão Leal (Natura) - US$ 2,1 bilhões
Rubens Ometto
(Cosan) - US$ 2,1 bilhões
Liu Ming Chung (sino-brasileiro radicado em Hong
Kong, da empresa de papel Nine Dragons) - US$ 1,7 bilhão
João Alves de
Queiroz Filho (Hypermarcas) - US$ 1,6 bilhão
Jayme Garfinkel (Seguradora
Porto Seguro) - US$ 1,2 bilhão
Julio Bozano (ex-Banco Bozano Simonsen) - US$
1,1 bilhão
Desigualdade social
Embora seja o país da América
Latina com maior número de bilionários, o Brasil é o 109º colocado no ranking
mundial de exclusão social, medido pelo Índice de Exclusão Social (IES),
divulgado em março do ano passado. O IES mede indicadores como pobreza,
desemprego, desigualdade social, alfabetização, escolarização superior,
homicídios e população infantil.
Pelo Índice de Desenvolvimento Humano
(IDH) da Organizações das Nações Unidas (ONU), que mede o desenvolvimento dos
países com base na expectativa de vida, no nível educacional e na renda per
capita, o Brasil é o 75º país do ranking mundial.