Presidente diz que líder cubano está ?lúcido? e concorda com ele: países pobres não devem pagar por problemas que começaram nos EUA
João Domingos
Pouco antes do fim de sua visita oficial a Havana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve um encontro com o ex-presidente Fidel Castro, no qual elogiou a saúde do líder cubano e discutiu a crise financeira.
"Conversamos por cerca de duas horas. Não foi uma visita como a que se faz a uma pessoa que está doente, no Brasil, só de 15 minutos", disse Lula. "Aliás, nem parece que Fidel está doente, porque está muito saudável mentalmente, lúcido. Disse a ele quando cheguei que o tinha achado abatido. Depois de meia hora de conversa parecia que eu é que estava doente."
Lula disse que os dois conversaram sobre a crise financeira internacional e outros temas relacionados à América Latina. Os dois concordaram que a crise começou nos Estados Unidos, cresceu por lá e lá se instalou. Portanto, países em desenvolvimento e pobres não devem pagar por ela. E, sim, os países ricos. "A especulação não se deu na África ou na América Latina. A especulação se deu nos Estados Unidos e avançou para a União Européia."
Lula disse ter a esperança de que seja que for o eleito à Casa Branca - o democrata Barack Obama ou o republicano John McCain -, o novo presidente americano deve rever o embargo comercial e econômico a Cuba. "Espero que o eleito tome a iniciativa", disse Lula, ao se solidarizar com Cuba.
Lula comentou que seu governo enviou a Cuba cerca de 1.500 toneladas de arroz e enviará mais 15.000.
Ele acrescentou que pretende conseguir emprestado da Espanha um navio com capacidade para transportar 50 mil toneladas para enviar a Cuba, Haiti, Jamaica e Honduras 45 mil toneladas de ajuda humanitária para serem distribuídas às vítimas dos furacões Gustav e Ike.
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