Nos Estados Unidos a manifestação de apreço tem sido imensa, com fãs a comprar tudo o que tenha ligação directa ao cantor, de t-shirts a pósteres passando pelo retrato garrido feito por Andy Warhol, posto a leilão recentemente numa galeria junto a Nova Iorque.
O êxito continua a ser avassalador, especialmente quando a sua voz é o produto principal. Foram cerca de 1 milhão e 100 mil álbuns vendidos só na semana que terminou. Desde que faleceu, a 25 de Junho passado, Jackson vendeu tanta música que as diversas reedições e colectâneas ocupam agora os 10 primeiros lugares da tabela de vendas. Nos EUA, o total de vendas está em 2,3 milhões desde a morte, cifra invejável até para os artistas vivos e mais populares.
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O reinado de Jackson é idêntico nas maiores tabelas mundiais, chegando ao 1.º lugar no Reino Unido, Austrália, França e Alemanha. A Amazon vendeu mais canções de Michael Jackson no dia a seguir à morte do que nos últimos 11 anos em que a loja online esteve aberta. O fenómeno chegou inclusivamente às jukebox. TouchTunes, a maior distribuidora de self serve music nos Estados Unidos, relata que os temas de Michael Jackson já foram pedidos para cima de um milhão de vezes nas cerca de 38 mil máquinas que a empresa tem espalhadas por todo o país.
A família continua dividida quanto à questão dos restos mortais |
AP/Mark Terrill |
As autoridades, esta semana, continuaram a investigar as pistas possivelmente criminais deixadas pelas embalagens de medicamentos encontradas na residência alugada pelo cantor ao momento da morte. Vai ser preciso saber que médico receitou o quê e conjugar toda essa informação com os resultados da análise toxicológica, que continua a ser processada em laboratório.
Entre sintomas subjectivos, dores reais - atenção ao vídeo disponibilizado pela revista "Us" , com imagens inéditas do momento em que a cabeleira de Jackson pegou fogo durante as filmagens de um anúncio da Pepsi - e receitas assinadas subrepticiamente por médicos sem licença para administrar os cuidados delicados que o cantor parecia exigir constantemente, não se acredita que a Polícia fique habilitada a apresentar acusação que vá para além do homicídio involuntário. Há pelo menos três médicos sob suspeita.
Depois dos casos O. J. Simpson e Phil Spector (artista norte-americano que foi declarado culpado de homicídio da actriz sua compatriota Lana Clarkson), Los Angeles não está em condições de pagar mais um julgamento com forte impacto mediático que deixe um olho negro na imagem do departamento legal do condado. Para já não mencionar os recursos financeiros que irão ser necessários para travar uma batalha legal sem garantias de sucesso, que não beneficiará ninguém e que irá, certamente, debilitar ainda mais uma cidade que tenta sobreviver a uma crise orçamental profunda.
Especulam-se as dependências farmacológicas de Michael Jackson |
AP/C.F. Therry |
É possível que, com as vendas discográficas e uma investigação policial que continua a descobrir facetas surpreendentes do cantor, esta fase da carreira de Michael Jackson perpetue o mito sem que se chegue a descobrir um culpado para a tragédia. Nestes últimos dias, os Jackson sobreviventes têm vindo a público dizer, uns, que nada sabiam das dependências farmacológicas de Michael Jackson; e, outros, que em diversas ocasiões tentaram intervir para salvar o cantor mas eram invariavelmente acusados de intromissão na sua vida privada - isto quando não eram simplesmente impedidos de o visitar no rancho de Neverland.
Ian Halperin, um dos biógrafos não autorizados, refere que, nos dias anteriores à sua morte, Michael Jackson era uma amostra do que fora, pressionado mental e fisicamente pelos concertos de Londres e sem nunca se sentir capaz de reconquistar a ribalta. Num gesto desesperado, passou a consumir quantidades de medicamentos pouco proporcionais ao esqueleto em que se transformara.
http://aeiou.expresso.pt/michael-jackson-continua-assalto-as-tabelas-de-vendas=f526497
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