Líder do Fatah reconhece em conferência que diferenças com o movimento islâmico rival, Hamas, aumentaram
Abbas fez a declaração durante a abertura da primeira convenção do partido em 20 anos, que começou nesta terça-feira, 4, na cidade de Belém, na Cisjordânia. A 6ª Conferência do Fatah, a primeira realizada em território palestino e em duas décadas deve definir uma declaração centrada na questão dos assentamentos judaicos.
Fontes da organização da conferência afirmaram que a reunião tentará abrir caminho para retomar a negociação com os israelenses e vencer as próximas eleições palestinas. Do encontro, de três dias de duração, sairá uma declaração que, segundo antecipou a imprensa local, se centrará em exigir de Israel uma completa paralisação das colônias na Cisjordânia e na Jerusalém Oriental, antes de retomar o processo de paz. Na reunião também serão eleitos os 120 membros do Conselho Revolucionário e os 18 do Comitê Central do Fatah.
"Ainda que a paz seja a nossa escolha, reservamos o direito à resistência, legitimada sob a lei internacional", afirmou Abbas em discurso usando a palavra que abrange tanto o sentido de confrontamento armado como de protestos pacíficos.
O líder palestino também falou sobre a última série de ações contra o Fatah em Gaza. O Hamas não permitiu que os mais de 400 residentes na Faixa convidados como delegados participassem do encontro na Cisjordânia, onde se juntariam aos 2.200 que participam da conferência. "Não se preocupem, vocês estão em nossos corações e tiraremos vocês de Gaza". Para levantar o boicote ao evento, o Hamas exige a libertação de cerca de mil militantes que estão em prisões na Cisjordânia, território controlado pela Autoridade Nacional Palestina (ANP), que é presidida por Abbas.
A comunidade internacional e Israel acompanharão com atenção os três dias da convenção, particularmente para saber se o Fatah continuará mesmo comprometido com as negociações. Os líderes do Fatah - de Yasser Arafat, morto em 2004, ao atual presidente palestino, Mahmoud Abbas - vêm negociando com Israel desde 1993. Mas o fracasso do Fatah em obter a criação de um Estado palestino e as acusações de corrupção deixaram o partido altamente desmoralizado.
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