O líder do PMDB na Casa, Renan Calheiros (AL), disse que Sarney está muito disposto e não pretende deixar a presidência. "Sarney está firme, está firmíssimo", disse ele, ao deixar o plenário logo após o presidente da Casa. Sarney presidiu nesta segunda a primeira sessão plenária após o fim do recesso legislativo. Ele chegou ao Senado sob forte esquema de segurança. Assim que deixou o plenário, porém, alguns de seus colegas voltaram a pedir que Sarney deixe o cargo.
Um dos principais discursos foi o do senador Pedro Simon (RS), colega de partido de Sarney. Ele criticou o aparente clima de tranquilidade que pairava no plenário, mesmo em meio a uma avalanche de denúncias contra membros da Casa. "Vejo até agora uma grande concórdia, as pessoas falando sobre flores como se as coisas fossem normais. Estamos vivendo momento de muita tensão", afirmou. Simon, então, pediu mais uma vez a saída de Sarney. Segundo ele, o Senado não soube tirar proveito dos episódios envolvendo Antonio Carlos Magalhães, Jader Barbalho (PMDB-PA) e Renan Calheiros (PMDB-AL) - ex-presidentes que renunciaram por causa de denúncias de corrupção.
Para ele, a renúncia de Sarney, diferente dos demais, seria positiva para sua biografia porque serviria para mudar a Casa. "O presidente Sarney deveria entender que a renúncia dele da presidência é um grande ato", afirmou o senador. "Ele fica dizendo: 'Eu fico'. Isso não é um ato de grandeza. Ele não vai fazer reforma nenhuma, nem que ele queira. O ambiente não é para isso", completou Simon.
Antes de Simon, o senador petista Flávio Arns reforçou que a posição da legenda é favorável à saída de Sarney. "O PT continua com uma posição pelo afastamento do presidente Sarney para que haja transparência e clareza na investigação e outras medidas necessárias para a construção de um novo Senado", afirmou. A posição de Arns foi corroborada por Eduardo Suplicy (SP), que também discursou pela renúncia do presidente da Casa.
(Com Agência Estado)
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