Trabalhadores deflagraram greve nacional, por tempo indeterminado. No DF e Entorno, dos cerca de seis mil funcionários, só 30% do efetivo deve ser mantido
Da redação do Mais Comunidade
Marcello Casal Jr./ABrGreve de 21 dias ocorrido em 2008 gerou atraso na entrega de cerca de 130 milhões de cartas
Os cerca de seis mil funcionários da Empresa de Correios e Telégrafos (ECT) que atuam no Distrito Federal e no Entorno aderiram ao movimento paredista nacional da categoria, deflagrado à zero hora de hoje (16), por tempo indeterminado. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores dos Correios e Telégrafos do DF e Entorno (Sintect), apenas 30% do efetivo local deve ser mantido durante o período da paralisação.
*
A empresa ofereceu 4,5% de reajuste salarial, índice que também seria aplicado nos demais itens do acordo. Já a categoria reivindica uma reposição salarial de 41,03%, que corresponde às perdas ocorridas desde agosto de 1994, e um aumento linear de R$ 300 no piso salarial da categoria, que é de R$ 640. Na greve do ano passado, que durou 21 dias, em torno de 130 milhões de correspondências ficaram acumuladas.
*
De acordo com presidente do Sintect, Moysés Leme, o governo vem se recusando a negociar com a categoria. As reunião para discutir as reivindicações dos trabalhadores teve início em julho. “Nem falo da empresa, mas sim do governo. Nosso patrão é o presidente Lula. E a proposta demonstra a falta de vontade do governo para negociar”, disse.
*
Leme lembra que a profissão de carteiro é árdua, muitos percorrem longas distâncias à pé e não chegam a ganhar, no total, R$ 900. “Não era nossa intenção mergulhar em uma nova greve, mas o governo e a empresa forçaram esta situação. É inconcebível que uma empresa com perspectiva de lucro de mais de um bilhão, segundo o próprio ministro Hélio Costa (das Comunicações), ofereça migalhas aos seus funcionários na hora de negociar um salário justo.”
*
Os trabalhadores revindicam, ainda, que as negociações da Participação de Lucros e Resultados (PLR) sejam incluídas no acordo coletivo, assim como a incorporação de valores ao salário, Além das melhorias na remuneração, os carteiros também pedem o fim da terceirização e contratações urgentes para manter um serviço público e de qualidade a população. A reportagem do Coletivo tentou, insistentemente, entrar em contato com a ECT, mas não conseguiu estabelecer contato até o fechamento desta edição.
*
www.maiscomunidade.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário