sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Presidente da Itália nega-se a assinar decreto que impediria morte de Eluana







Procedimento de eutanásia de Eluana Englaro, de 37 anos, já começou.
Ela está em estado vegetativo desde que sofreu acidente em 1992.

Do G1, com agências internacionais


O presidente da Itália, Giorgio Napolitano, informou nesta sexta-feira (6) que não vai assinar o decreto urgente que impediria a eutanásia de Eluana Englaro.

O decreto foi proposto pelo premiê Silvio Berlusconi e aprovado pelo conselho de ministros para tentar barrar a morte assistida da itiana de 37 anos que está em coma desde que sofreu um acidente de carro em 1992.

Segundo comunicado divulgado por Napolitano, ele considera o decreto "inconstitucional".

Processo já começou

A equipe médica voluntária que vai acompanhar a morte de Eluana começou nesta sexta a reduzir a alimentação e a hidratação artificial da paciente.

A confirmação é de Franca Alessio, a tutora legal da mulher.

Eluana está internada desde 2 de fevereiro na clínica La Quiete, em Udine, no nordeste da Itália, sob os cuidados de uma equipe de voluntários dispostos a suspender progressivamente a alimentação - embora sem retirar a sonda nasogástrica - até sua morte, como autorizou a Justiça italiana após dez anos de batalha judicial.

A equipe médica previu um estrito protocolo que começa com a redução de 50% dos elementos nutrientes que eram fornecidos até agora para mantê-la com vida, segundo o neurologista Carlo Alberto De Fanti.

A família de Eluana ganhou o direito de deixá-la morrer depois de 17 anos de estado vegetativo. Ela está em coma desde que sofreu um acidente de carro em 1992.

Segundo os especialistas, Eluana deve demorar pelo menos duas semanas para morrer.

O caso provocou polêmica e debate na Itália.

Foto: AP
Manifestantes contrários à eutanásia mostram faixas nesta sexta-feira (6) em frente à clínica em Udine, Itália, onde Eluana Englaro está internada para morrer. (Foto: AP)

'Silêncio e respeito'

O pai de Eluana pediu silêncio e respeito nos últimos dias da filha.

Em declarações publicadas na quarta-feira pelo jornal "La Repubblica", Giuseppe Englaro pediu que "se coloque uma cortina" ao redor da cama da filha.

Giuseppe Englaro disse que não voltará a falar até que "termine tudo".

A família Englaro pediu na terça-feira, por intermédio de seu advogado, Vittorio Angiolini, que "o episódio final desta tragédia seja concluído com silêncio" e anunciou que não serão emitidos boletins médicos sobre o estado de Eluana.

Leia também: Médicos dividem-se sobre se Eluana vai sentir dor

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Foto: AP
Eluana Englaro em foto não-datada de álbum de família. (Foto: AP)


A decisão de permitir o fim da vida de Eluana gerou um imenso debate na Itália, com o Vaticano apoiando os adversários do "direito de morrer".

Em 21 de janeiro, um tribunal de Milão derrubou uma decisão de autoridades regionais que impedia os hospitais da região de cooperar com o fim da vida de Eluana. Isso encerrou a batalha judicial de dez anos travada pelo pai de Eluana, Beppino.

No domingo, o Papa Bento XVI rejeitou a eutanásia como uma "falsa resposta" ao sofrimento, dizendo que aqueles que estão com dor deveriam ter ajuda para enfrentá-la. O pontífice apoiou a campanha da Igreja Católica contra a eutanásia de Eluana.




http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL990041-5602,00-PRESIDENTE+DA+ITALIA+NEGASE+A+ASSINAR+DECRETO+QUE+IMPEDIRIA+MORTE+DE+ELUANA.html







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