da Folha Online
A Telefônica informou nesta sexta-feira que a pane de internet gerada pela empresa teve origem em equipamentos responsáveis pelo roteamento (distribuição de dados) de sua rede. A companhia diz que "continua trabalhando" para "obter informações mais precisas" sobre o problema.
O roteamento é o sistema utilizado na internet para distribuição de "pacotes" de dados, determinando o "destino" das informações. Segundo o Marcelo Zuffo, professor da Escola Politécnica da USP (Universidade de São Paulo), esse tipo de problema é "normal, assim como em qualquer equipamento eletrônico". "O que não é normal é [a Telefônica] ter comido essa bola. Trata-se de um sistema crítico, em que, por definição, é preciso haver redundância".
Mesmo após empresa ter informado que a pane na rede da empresa foi solucionada, internautas afirmam que a dificuldade no acesso à internet continua hoje. A empresa afirma que esses problemas de acesso são pontuais --considerados normais no Speedy-- e não têm relação com a pane apresentada entre quarta-feira (2) e ontem.
Hoje, o ministro Hélio Costa (Comunicações) admitiu que o sistema de transmissão de dados e banda larga é "vulnerável" --ele se referia à pane na rede Telefônica. O ministro lamentou o ocorrido e afirmou que é necessário haver uma espécie de plano "C", uma vez que o "B" falhou, para ser colocado em prática.
Segundo o professor da USP, a pane mostra que a empresa não tinha um plano de contingência, para combater rapidamente um problema como esse. "Nesse tipo de sistema [roteamento], é preciso cogitar até um míssil, são sistemas hiperseguros", diz. Ele não descarta que o problema possa ter sido provocado em um ataque --a Telefônica não se pronunciou sobre o assunto.
Falhou"
Questionado se a Telefônica não deveria ter um plano B, para compensar os problemas de sua rede principal, Ronaldo Sardenberg, presidente da Anatel, afirmou que "eles seguramente têm". "Até considerando o vulto de investimentos que fizeram, seria estranho se não tivessem. Agora, o plano B, pelo jeito, falhou", disse.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública, os serviços de emissão de boletim de ocorrência on-line e nas delegacias foi normalizado hoje, após ficarem fora do ar desde quarta-feira (2). Nas unidades do Poupatempo, o atendimento também é normal.
A pane gerou reflexos nos serviços de banda larga do provedor Speedy, conexões dedicadas (de alta velocidade, utilizadas principalmente por empresas) e outros tipos de acesso. Embora a empresa tenha informado que o problema atingiu, principalmente, clientes corporativos, houve queixas de clientes individuais sem a conexão ou com serviço precário.
O serviço começou a ser normalizado por volta das 20h30 de ontem na Grande São Paulo e nas cidades do Vale do Paraíba e do litoral. Somente às 23h todas as regiões do Estado voltaram a ter acesso á rede, segundo a Telefônica.
Os clientes da Telefônica que sofreram prejuízos em razão da pane de internet apresentada no Estado de São Paulo podem pedir indenização na Justiça. O Procon notificou a empresa e pediu esclarecimentos sobre o fato, incluindo os motivos do problema, a solução encontrada e o ressarcimento dos internautas que ficaram sem o serviço.
O Procon afirma que a empresa deve fazer um abatimento nos valores cobrados dos clientes, em quantia proporcional ao período em que o serviço ficar indisponível.
A instituição informou ainda que os clientes que tiveram prejuízos financeiros ou danos em função da ausência da internet devem recorrer à Justiça contra a Telefônica e pedir indenização. A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) informa que está investigando o assunto.
www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u419300.shtml
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