domingo, 10 de agosto de 2008

Apoio de agentes da Abin em ação da PF tem de ser apurada, diz Tarso






Apoio de agentes da Abin em ação da PF tem de ser apurada, diz Tarso





colaboração para a Folha

O ministro Tarso Genro (Justiça) defendeu ontem, no Rio, uma sindicância para investigar a participação de agentes da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) na Operação Satiagraha. O ministro afirmou também que a Polícia Federal 'está à disposição' para apurar eventuais escutas ilegais de conversas do presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes.

Na quarta-feira, o delegado Protógenes Queiroz disse à CPI dos Grampos que funcionários da Abin ajudaram a PF na operação que resultou na prisão do banqueiro Daniel Dantas, do ex-prefeito Celso Pitta e do investidor Naji Nahas. O delegado comandou a Satiagraha. "Não teve participação da Abin enquanto instituição, mas de alguns membros da Abin", afirmou Protógenes.

Tarso reagiu ontem: "Quando há colaboração entre Abin e PF, é sempre formal, a partir das chefias, que decidem e estabelecem a relação de colaboração. Teria que ver o que o delegado quis dizer com [participação] informal [de agentes]".

"Se foi o contato direto, pessoa a pessoa, sem passar pelos superiores, aí terá que ser avaliado se foi uma coisa legal. Precisa ser feita uma sindicância, porque o contato entre esses órgãos de segurança tem formalidades a serem cumpridas."

Supremo

O ministro comentou, embora declarasse não ter lido, a reportagem da revista "Veja" desta semana que mostra um relatório da Secretaria de Segurança do STF que diz que o gabinete do presidente do Supremo foi alvo de "um possível monitoramento [escuta ilegal] que pode ter ocorrido nas proximidades do edifício sede".

"Se foi feito pela PF? Eu não acredito. Não foi feito pela instituição. Deve ter sido feito por alguém, e, se foi, totalmente à margem da estrutura do poder formal da PF. Portanto, se houve essa escuta, é uma escuta marginal, e não uma escuta institucional, porque a PF só faz escutas determinadas pelo Poder Judiciário."

O ministro acrescentou: "Se houve algum tipo de vigilância, tem que ver quem é que mandou colocar. A PF está à disposição para isso. Eu já avisei ao ministro Gilmar Mendes. Se houve essa escuta, tem que ver que instrumento foi usado, quem determinou, porque é absolutamente inaceitável qualquer escuta clandestina. Quintuplamente inaceitável, ainda mais no STF, se é que ocorreu".

Tarso esteve em São Gonçalo, na região metropolitana do Rio, onde participava de atividade de campanha do PT. "Se tem alguém que tem interesse em esclarecer essas questões é a própria PF. Se alguém fez isso ilegalmente, isso mancha o prestígio da instituição", disse.




www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u431706.shtml

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