quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Maurren acha que chega a Londres











Medalha de ouro em Pequim faz a saltadora desistir da aposentadoria

Amanda Romanelli







Aos 32 anos, Maurren Maggi já pensava no adeus às pistas. Mas nada como uma medalha de ouro para a atleta rever a decisão. De quase aposentada, a campeã do salto em distância na Olimpíada de Pequim quer ser candidata ao bicampeonato daqui a quatro anos, nos Jogos de Londres. "Até antes de ganhar a medalha, pensava em me aposentar", disse a saltadora. "Agora que ganhei, quero curtir o momento e treinar mais um pouco. Ainda tenho chão pela frente."







Apesar dos 36 anos que terá em 2012, Maurren acredita que ainda será uma saltadora competitiva. "Eu uso grandes nomes do atletismo como espelho, pessoas que competiram até uma certa idade, como o Jonathan Edwards." O inglês, que se aposentou em 2003, é até hoje recordista do salto triplo - 18,29 metros, marca conquistada em 1995. Com 34 anos, Edwards tornou-se campeão olímpico em Sydney-2000. No ano seguinte, venceu o Mundial.







Para o técnico Nélio Moura, Maurren está no auge de sua forma - e há de se lembrar que, flagrada em exame antidoping em 2003, a saltadora ficou por quase três anos fora das pistas. "Saltando no nível do mar e sem vento, o melhor resultado dela foi 7,06 m. Portanto, a Maurren está muito perto das suas grandes marcas e ainda pode melhorar." A campeã olímpica é recordista sul-americana com a marca de 7,26 m, salto conquistado em 1999 e com vento favorável de 1,8 m/s.







A conquista de Maurren, entretanto, foi contestada pela britânica Jade Johnson. A atleta, que ficou em 7º lugar (6,64 m), disse que a brasileira nunca deveria ter voltado a competir por causa do resultado positivo por doping. A campeã preferiu ignorar a provocação. "Com certeza, ela não sabe da minha história. Os comentários dela não vão acabar com o meu brilho."







EMOÇÃO NO RETORNO

Depois de conquistar o ouro na sexta-feira e, dois dias depois, entrar no Ninho de Pássaros como a porta-bandeira do Brasil na cerimônia de encerramento da Olimpíada, Maurren finalmente voltou para casa.







A atleta chegou a São Paulo no início da tarde e, apenas minutos antes da entrevista coletiva que concedeu a dezenas de jornalistas, pôde reencontrar os pais, a avó e a filha Sophia, de 3 anos.








A menina, assim como tinha feito quando Maurren se tornou a primeira brasileira campeã olímpica, pediu novamente uma medalha de prata. "Com o tempo vou convencê-la de que o ouro é melhor", falou a mãe.







Maurren ainda desfilou pelas principais ruas do centro de São Paulo. Parou o trânsito das Avenidas Brigadeiro Luís Antônio e Paulista, das Ruas da Consolação, Boavista e Líbero Badaró e do Viaduto do Chá.







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