sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Mercado sustenta recuperação e Bovespa avança 8,37%; dólar marca R$ 1,82







da Folha Online

A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) anula as perdas da semana, sustentando a forte recuperação vista na abertura. O mercado viu com bons olhos o prometido pacote do governo americano para deter a crise dos créditos "subprime", que abala o sistema financeiro dos EUA e das demais economias centrais. O câmbio despenca quase 6%, num repique violento após a especulação que jogou as taxas para perto de R$ 2.





O Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa paulista, valoriza 8,37% e atinge os 52.474 pontos. Os investidores voltaram com vontade às compras, como revela o alto giro financeiro para o horário --R$ 4,80 bilhões-- e o fato de que alguns papéis já subiram mais de 15%.





Um desses exemplos é a ação ordinária das Lojas Americanas, que dispara 16,75%, enquanto a ação da B2W sobe 13,31%. A ação preferencial da Telemar ascende 14,06%, entre os maiores ganhos registrados para os papéis que compõem o índice Ibovespa.





O dólar comercial é cotado a R$ 1,827 na venda, em declínio de 5,33%. O Banco Central realizou entre as 11h e 12h o anunciado leilão de venda de dólares. Os US$ 500 milhões não foram integralmente repassados, e a autoridade monetária deve realizar novo leilão, previsto para ainda hoje.





Na Europa, a expectativa do setor financeiro impulsionou as principais Bolsas de Valores do continente. Em Londres, o índice de referência FTSE encerrou o pregão 9,32% mais alto; em Paris, o Cac subiu 9,27%, enquanto o índice do mercado alemão Dax teve acréscimo de 5,56%.





Ainda no front externo, a Bolsa de Nova York valoriza 3,82%, enquanto a Bolsa eletrônica Nasdaq recupera 3,09%.





As promessas de Paulson

O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Henry Paulson, disse hoje que o governo americano gastará "centenas de bilhões de dólares" para responder à crise financeira. Paulson disse que o governo aumentará a intervenção no mercado imobiliário, que considera a raiz dos problemas financeiros dos Estados Unidos, além de outras medidas.





A medida foi bem vista por analistas do setor financeiro, que já contavam com algumas medidas mais drásticas das autoridades americanas para fazer frente à crise. Quando o Federal Reserve (o banco central americano) não impediu que o banco Lehman Brothers quebrasse, muitos disseram o Fed tinha "jogado a toalha".





O anúncio de ontem foi na direção contrária desse sentimento e bateu de frente com a corrente dos "pessimistas", que não acreditam na capacidade dos bancos centrais, e demais órgãos das economias centrais, para enfrentar os problemas gerados pelos "subprimes".





Ontem, a SEC (Securities and Exchange Commission, o órgão regulador dos mercados nos Estados Unidos) também tomou iniciativa e proibiu temporariamente as vendas a descoberto sobre os valores financeiros, seguindo uma decisão similar da FSA (Autoridade de Serviços Financeiros, na sigla em inglês) britânica. Essa medida também foi bem recebida por especialistas do setor financeiro.





A venda a descoberto consiste em tomar emprestado um título mediante o pagamento de uma comissão, e vendê-lo esperando que sua cotação caia. Se isso acontece, o especulador pode recomprar o papel mais barato para devolvê-lo a seu proprietário, embolsando a diferença entre o preço de compra e de venda. A técnica precipita com freqüência a queda das cotações.






www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u446754.shtml

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