Olivier Matthys, EPA O balanço final do atentado poderá ultrapassar os 60 mortos, de acordo com as autoridades paquistanesas
O Presidente do Paquistão, Asif Ali Zardari, dirigiu-se hoje ao país com a promessa de um combate sem quartel ao “cancro” do terrorismo, no rescaldo do atentado que no sábado atingiu o hotel Marriott em Islamabad. A explosão fez pelo menos 53 mortos e 266 feridos, segundo o último balanço das autoridades. Entre as vítimas mortais está o embaixador da República Checa.
Quase 24 horas após o atentado, as equipas de resgate continuam a percorrer os escombros calcinados do hotel Marriott em busca de corpos.
A maioria das vítimas mortais é de nacionalidade paquistanesa. Estão também confirmadas as mortes de quatro cidadãos estrangeiros - dois vietnamitas, um norte-americano e um alemão - e do embaixador checo em Islamabad, Ivo Zdarek.
A explosão de um camião armadilhado provocou um violento incêndio que devastou o hotel Marriott, localizado na base das colinas Margalla, no centro da capital paquistanesa. As chamas começaram por envolver apenas duas secções do hotel, mas depressa se propagaram a outras partes do complexo de cinco andares e 290 quartos.
O incêndio permaneceu activo durante várias horas.
Dezenas de carros e edifícios adjacentes ficaram danificados. O ataque provocou ainda o desabamento da cobertura da sala de banquetes do hotel, onde 200 a 300 pessoas assinalavam o fim do Ramadão.
A polícia suspeita que se tratou de uma acção suicida.
O atentado ainda não foi reivindicado. No entanto, um responsável dos serviços de informações norte-americanos, citado pela agência Reuters, afirmou que o ataque tem a marca da al Qaeda.
Por sua vez, as forças de segurança paquistanesas acusam o movimento taliban no país da autoria do ataque.
”Epidemia” do terrorismo
O Presidente paquistanês surgiu este domingo nos ecrãs de televisão do país para prometer travar um combate sem tréguas contra o “cancro” do terrorismo.
“Isto é uma epidemia, um cancro no Paquistão que vamos erradicar. Não vamos ter medo destes cobardes”, afirmou Asif Ali Zardari.
O atentado de sábado ocorreu poucas horas depois da primeira intervenção do novo Presidente paquistanês perante a Assembleia Nacional. Diante dos deputados, Zardari comprometera-se a prosseguir o combate ao extremismo islâmico nas regiões tribais do noroeste do Paquistão.
Na mesma linha do Presidente, o principal conselheiro de segurança interna do Governo paquistanês, Rehman Malik, afirmou que as autoridades não vão descansar enquanto não eliminarem "o último terrorista".
“Pensamos que um Paquistão seguro e um Afeganistão seguro representam segurança para o Mundo e como tal não vamos deixá-los ter um caminho fácil”, frisou Malik em declarações à BBC.
O novo Presidente do Paquistão comprometeu-se a manter o país empenhado na “guerra global contra o terrorismo” liderada pela Administração norte-americana, apesar dos custos que esse alinhamento acarretará para a sua popularidade interna.
Estados Unidos, Grã-Bretanha e o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, condenaram o atentado de sábado.
“Este ataque vem recordar-nos da ameaça contínua enfrentada pelo Paquistão, pelos Estados Unidos e por todos aqueles que se debatem com o extremismo violento”, afirmou o Presidente dos Estados Unidos.
Asif Ali Zardari deverá partir ainda hoje para os Estados Unidos, onde se reunirá com George W. Bush na antecâmara da Assembleia Geral das Nações Unidas.
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