terça-feira, 2 de setembro de 2008

Serra diz que grampo no STF é "insulto à democracia" e defende mudanças legais






WANDERLEY PREITE SOBRINHO
colaboração para a Folha Online

O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), condenou nesta terça-feira o episódio de escutas telefônicas clandestinas ocorridas no STF (Supremo Tribunal Federal). Para o tucano, a revelação do grampo fere a democracia e o episódio deve ser combatido com energia.

"Foi um episódio deplorável que deve ser combatido com energia. Ele fere a democracia, é um insulto à democracia a existência de forças paralelas clandestinas fazendo esse trabalho de escuta, e isso contra qualquer cidadão, sem autorização judicial", disse Serra em evento da revista "Veja" na capital paulista.

O governador defende mudanças legais para que haja mais proteção à sociedade e descartou o envolvimento do governo na autoria do grampo. "Não acredito que tenha sido sob o comando de alguma autoridade governamental, de nenhum ministro, muito menos do presidente da República, mas o fato é que esse aparato ganhou vida própria", afirmou o governador.

Segundo reportagem da revista "Veja", o monitoramento ocorreu em julho deste ano, depois que o minitro do Supremo Gilmar Mendes concedeu o primeiro habeas corpus ao banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity, preso pela Operação Satiagraha.

De acordo com a revista, além de Gilmar Mendes, foram monitoradas ilegalmente outras autoridades dos três Poderes.

Após a denúncia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou o afastamento temporário de toda a cúpula da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), órgão ao qual recaíram as suspeitas de ter feito a escuta por conta da participação na operação da Polícia Federal.





www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u440611.shtml

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