terça-feira, 9 de setembro de 2008

Polícia apresenta objetos usados para assassinar irmãos






Carolina Godoy
Do Diário OnLine

Orlando Filho/DGABC

A Polícia Civil apresentou nesta terça-feira os objetos recolhidos na casa dos irmãos João Vitor dos Santos Rodrigues, 13 anos, e Igor Giovanni, 12, que foram mortos e esquartejados em Ribeirão Pires, na última sexta. Entre eles estavam a foice usada no crime, uma pá e as roupas que supostamente os garotos usavam no dia em que foram assassinados.

As roupas — uma bermuda, uma jaqueta jeans e duas blusas de moletom — foram encontradas dentro da máquina de lavar e apresentavam um forte odor de querosene. Em depoimento ontem à polícia, a madrasta dos irmãos, Eliane Aparecida Antunes Rodrigues, que confessou participação no crime, contou que os corpos foram embebidos com o combustível e queimados para, depois, serem esquartejados.

Entre os objetos também estava um volante de automóvel. A polícia quer saber se o item foi usado para agredir João Vitor e Giovanni antes de os dois serem mortos. Os materiais já foram encaminhados para perícia no IC (Instituto de Criminalística).

Para esta sexta-feira estão previstos os depoimentos de novas testemunhas, entre elas um vizinho que disse ter visto fumaça exalando da casa dos irmãos no dia do assassinato. A polícia pretende interrogar todas as testemunhas e recolher o maior número possível de indícios antes de ouvir formalmente o segurança João Alexandre Rodrigues, pai dos garotos e principal suspeito das mortes.

Ontem, em depoimento informal, Rodrigues negou participação no episódio. O segurança limitou-se a dizer que não havia sido ele o autor do duplo assassinato.

Madrasta - Já a madrasta de João Vitor e Igor, além de confessar envolvimento nas mortes, descreveu a cena do crime com riqueza de detalhes.

Ouvida pela polícia na segunda-feira, ela contou que os meninos assistiam televisão na sala, na última sexta, quando o pai deles chamou o mais velho para "uma conversa" na cozinha. Eliane, que estava no quarto, disse ter ouvido "barulhos estranhos", mas não imaginava o que estava acontecendo no outro cômodo da casa. A madrasta garante não ter escutado gritos ou pedidos de socorro.

Na seqüência, o segurança também chamou Igor para uma conversa, e depois disso se sucedeu um período de silêncio.

Passados alguns minutos, Eliane foi até a cozinha e se deparou com os garotos caídos no chão, aparentemente já sem vida e com sacolas plásticas na cabeça. Ainda de acordo com a versão dela, o marido levou os filhos para os fundos da casa, colocou um corpo ao lado do outro, cobriu-os com um lençol, jogou querosene e ateou fogo.

Depois de um tempo, a madrasta disse que Rodrigues apagou as chamas com água e que, naquele momento, "as crianças já estavam bem carbonizadas". Foi então que o segurança decidiu esquartejar as vítimas, com a ajuda de Eliane, e colocar os pedaços em sacos de lixo.

Após o esquartejamento, o segurança tomou um banho e foi trabalhar. A madrasta, que ficou em casa, disse ter recebido dele a tarefa de "dar um fim" nos sacos de lixo — ela depositou dois deles em diferentes pontos da cidade e os três restantes foram colocados na calçada em frente à própria casa.

Por volta das 22h do mesmo dia, Rodrigues telefonou para perguntar se "estava tudo certo", e Eliane disse que sim. Em seguida, ela ligou para uma irmã do marido para dizer que as crianças estavam desaparecidas.

Suspeita - Um saco plástico suspeito encontrado no estacionamento do supermercado Joanin mobilizou a polícia de Ribeirão Pires na noite de ontem.

Segundo boletim de ocorrência, uma funcionária do estabelecimento acionou a PM (Polícia Militar) após encontrar uma sacola cujo conteúdo exalava um forte odor. Ela suspeitou da possibilidade de ser um dos sacos com os restos mortais dos irmãos.

O material foi encaminhado para o IML (Instituto Médico Legal de Santo André) e a hipótese foi descartada. Os peritos descobriram se tratar de restos animais.






http://home.dgabc.com.br/default.asp?pt=secao&pg=detalhe&c=1&id=26376

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