segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Presidente do Paquistão promete combater “cancro” do terrorismo






Imagem de soldados paquistaneses nas imediações do hotel Marriott em Islamabad
Olivier Matthys, EPA O balanço final do atentado poderá ultrapassar os 60 mortos, de acordo com as autoridades paquistanesas

O Presidente do Paquistão, Asif Ali Zardari, dirigiu-se hoje ao país com a promessa de um combate sem quartel ao “cancro” do terrorismo, no rescaldo do atentado que no sábado atingiu o hotel Marriott em Islamabad. A explosão fez pelo menos 53 mortos e 266 feridos, segundo o último balanço das autoridades. Entre as vítimas mortais está o embaixador da República Checa.





Quase 24 horas após o atentado, as equipas de resgate continuam a percorrer os escombros calcinados do hotel Marriott em busca de corpos.

A maioria das vítimas mortais é de nacionalidade paquistanesa. Estão também confirmadas as mortes de quatro cidadãos estrangeiros - dois vietnamitas, um norte-americano e um alemão - e do embaixador checo em Islamabad, Ivo Zdarek.

A explosão de um camião armadilhado provocou um violento incêndio que devastou o hotel Marriott, localizado na base das colinas Margalla, no centro da capital paquistanesa. As chamas começaram por envolver apenas duas secções do hotel, mas depressa se propagaram a outras partes do complexo de cinco andares e 290 quartos.

O incêndio permaneceu activo durante várias horas.

Dezenas de carros e edifícios adjacentes ficaram danificados. O ataque provocou ainda o desabamento da cobertura da sala de banquetes do hotel, onde 200 a 300 pessoas assinalavam o fim do Ramadão.

A polícia suspeita que se tratou de uma acção suicida.

O atentado ainda não foi reivindicado. No entanto, um responsável dos serviços de informações norte-americanos, citado pela agência Reuters, afirmou que o ataque tem a marca da al Qaeda.

Por sua vez, as forças de segurança paquistanesas acusam o movimento taliban no país da autoria do ataque.

”Epidemia” do terrorismo

O Presidente paquistanês surgiu este domingo nos ecrãs de televisão do país para prometer travar um combate sem tréguas contra o “cancro” do terrorismo.

“Isto é uma epidemia, um cancro no Paquistão que vamos erradicar. Não vamos ter medo destes cobardes”, afirmou Asif Ali Zardari.

O atentado de sábado ocorreu poucas horas depois da primeira intervenção do novo Presidente paquistanês perante a Assembleia Nacional. Diante dos deputados, Zardari comprometera-se a prosseguir o combate ao extremismo islâmico nas regiões tribais do noroeste do Paquistão.

Na mesma linha do Presidente, o principal conselheiro de segurança interna do Governo paquistanês, Rehman Malik, afirmou que as autoridades não vão descansar enquanto não eliminarem "o último terrorista".

“Pensamos que um Paquistão seguro e um Afeganistão seguro representam segurança para o Mundo e como tal não vamos deixá-los ter um caminho fácil”, frisou Malik em declarações à BBC.

O novo Presidente do Paquistão comprometeu-se a manter o país empenhado na “guerra global contra o terrorismo” liderada pela Administração norte-americana, apesar dos custos que esse alinhamento acarretará para a sua popularidade interna.

Estados Unidos, Grã-Bretanha e o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, condenaram o atentado de sábado.

“Este ataque vem recordar-nos da ameaça contínua enfrentada pelo Paquistão, pelos Estados Unidos e por todos aqueles que se debatem com o extremismo violento”, afirmou o Presidente dos Estados Unidos.

Asif Ali Zardari deverá partir ainda hoje para os Estados Unidos, onde se reunirá com George W. Bush na antecâmara da Assembleia Geral das Nações Unidas.




Carlos Santos Neves, RTP





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