Agencia Estado
Os portos brasileiros devem retornar à normalidade de suas operações dentro de 15 dias, após o encerramento da greve dos auditores fiscais da Receita Federal, anunciada ontem. No Porto de Santos, o diretor-executivo do Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo (Sopesp), José dos Santos Martins, disse esperar que a situação se normalize em no máximo 15 dias.
"Todos os terminais estão aproveitando a suspensão da greve para reorganizar seus espaços", explicou o dirigente da Sopesp, que conta com 45 terminais portuários associados. Segundo Martins, as áreas dos terminais do porto santista chegaram a registrar uma ocupação de 90% durante o período mais grave da paralisação. "Criou-se um gargalo logístico sem precedentes no Porto de Santos", afirmou, acrescentando que os "prejuízos são incalculáveis".
"Foram afetadas todas as cadeias logísticas, desde o transporte rodoviário ao ferroviário", completou Martins. Ele destacou ainda que cada navio parado à espera de atracação gerou um prejuízo diário de US$ 60 mil a US$ 80 mil.
No Paraná, o presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Unafisco) de Paranaguá, Rodrigo Sais, estima que em 21 dias a situação se normalize, com a retomada dos trabalhos pela categoria. Segundo ele, os auditores adotaram "operação-padrão" desde o início do movimento grevista. Sobre o impacto da greve na movimentação do porto, Sais disse que as declarações de importações desembaraçadas em abril foram 50% inferiores às de fevereiro, um mês que historicamente registra um movimento menor.
Em Itajaí (SC), a expectativa é de que o fluxo no porto se normaliza em cerca de 15 dias, informou o diretor de Logística, Luiz Antônio Martins. No Porto de Itajaí, onde os auditores também adotaram a operação-padrão, a ocupação média nos pátios dos terminais ficou entre 80% a 90% durante a greve.
No transporte rodoviário, a Associação Brasileira de Transportadores Internacionais (ABTI) calcula que o fluxo nos portos secos deve se normalizar no máximo em uma semana. Segundo o vice-presidente da ABTI, José Carlos Becker, nessa semana os portos nas fronteiras do Brasil com os países do Mercosul acumularam filas de quase 1.100 caminhões, aguardando pela liberação das cargas.
Becker ressalta que os prejuízos apenas às transportadoras com a paralisação atingiram mais de US$ 60 milhões. Já a redução nas operações foi de 26%. A situação continua crítica, diz Becker, nos portos secos de Uruguaiana, São Borja e Foz do Iguaçu.
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