Mais de 100 tremores registrados na região Norte
Mais de 100 abalos sísmicos foram registrados durante a quinta-feira na região de Sobral, na Zona Norte do Estado. Ontem, os tremores voltaram a ser sentidos pela população. Um de magnitude 3.0 graus na escala Richter foi percebido por volta das 18 horas da quinta-feira. Até ontem, já eram cerca de 1.090 abalos sísmicos na região, segundo os especialistas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). De acordo com eles, apenas cerca de 10% dos abalos são perceptíveis à população. Os estudiosos ainda não tinham a magnitude dos tremores registrados durante o dia de ontem.
Sabe-se que o Ceará é o lugar de maior freqüência da atividade sísmica do País e outras cidades, além de Sobral, também têm registros de abalos, como Chorozinho, Hidrolândia e Senador Sá. Mas, conforme o professor George Sand, do observatório sismológico da Universidade de Brasília (UnB), é difícil explicar por que o Estado, desde janeiro deste ano, vem contabilizando mais terremotos. "Na cidade de João Câmara (RN), a partir de 1989, a população passou a sentir os tremores por uns três ou quatro anos. Ainda existem, mas a magnitude é bem pequena", exemplificou ele, que é doutor em geofísica.
Por isso, não é possível prever por quanto tempo mais ocorrerão os abalos sísmicos. "Sabemos que a atividade está intensa, mas não podemos afirmar se vai aumentar ou diminuir. A tendência, normalmente, é diminuir, mas pode ser que continue por uns três, quatro meses ou até três anos", explicou o professor. Quanto à Capital, George Sand diz que nunca foi registrado terremotos tendo Fortaleza como epicentro.
Se os tremores continuarem com magnitude a partir de 4.0 graus na região de Sobral e forem sentidos em Fortaleza, quem está nos prédios mais altos vai perceber mais, afirma o professor. "Mas Fortaleza não vai sofrer um efeito grande", assegura.
Começaram ontem as obras de reparo nos imóveis danificados pelos terremotos, de acordo com o coordenador da Defesa Civil de Sobral, Jorge Trindade. Na creche João Adarias, no distrito de Jordão, quatro telhas caíram. O centro de informática, no mesmo local, sofreu rachaduras e está passando por consertos. Em algumas casas, estão sendo colocadas ripas entre as telhas para evitar que elas caiam durante os tremores. Jordão foi uma das localidades mais atingidas pelos abalos, já que o epicentro desses terremotos fica entre Jordão e Camilos, que é um distrito da cidade de Meruoca, que fica 277 quilômetros distante da Capital.
(Daniela Nogueira)
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