sexta-feira, 6 de junho de 2008

Militar gay preso era conhecido por "sargento Cássia Eller"














da Folha de S.Paulo, em Brasília





A banda em que o sargento Laci de Araújo cantava, a "Terceira Visão", tocava pop rock nacional em bares de Brasília até cerca de dois anos atrás, segundo Rherman Radicchi Teixeira, 21, responsável pelo violão e estudante da UnB.





"Éramos cinco, mas paramos de ensaiar. Quando ele [Araújo] melhorar, voltamos."





Ouça a versão da banda do sargento para "Malandragem"





Segundo ele, Araújo não demonstrava abertamente a sua orientação sexual. "Foi meio uma surpresa [a declaração dos sargentos de que eram homossexuais]. A gente sabia que ele morava com o Fernando [Alcântara, também sargento], mas ele não tocava no assunto."





Sob o nome artístico de Éron Anderson, Araújo se apresentava como cover da cantora Cássia Eller, também homossexual. "Malandragem", de Eller, é uma das músicas gravadas pelo grupo. Segundo Teixeira, a banda tocava em estabelecimentos tradicionais da cidade, como o Feitiço Mineiro.





O roteiro de show do grupo passou a ser exclusivamente baseado em Eller, passando a se chamar "Eu queria ser a Cássia Eller", segundo um artigo assinado por Éron Anderson e enviado à Folha por Alcântara.





Nesse artigo, o sargento escreve que a música era o "seu grande projeto de vida". Em uma gravação de som enviada à Folha (ouça acima) por Teixeira, Araújo canta "Malandragem" com entonação semelhante à da cantora.





A jornada artística não era conflitante com a atividade militar, diz o sargento em seu artigo. "Até o final do ano de 2005, [Éron] exercia suas atividades como sargento do Exército Brasileiro, lotado no Hospital Geral de Brasília, promovendo shows em horários distintos aos trabalhos como funcionário público, impressionando seu público pela forma antagônica como desempenhava ambas as profissões."





Segundo Alcântara, o fato de Araújo ser cover de uma cantora homossexual fez com que ele ficasse com o estigma de gay, embora eles sempre tenham sido discretos sobre o relacionamento. "Ele começou a ser malvisto porque estava fazendo sucesso local, todo dia estava no DFTV [jornal local da Rede Globo]", disse. "Chamavam-no de sargento Cássia Eller."




www1.folha.uol.com.br/folha/podcasts/ult10065u409286.shtml

Um comentário:

Anônimo disse...

Saudações. Sem essa de discriminação ou preconceito, mas, cá pra nós, é inadimicível que haja algum militar com tal "desvio" de conduta e que fere de maneira grosseira os pilares de qualquer corporação militar. Melhor que ingresse em outra "força". Já basta os maus profissionais em nosso meio. Abraço.

Google