domingo, 8 de junho de 2008

Yeda exonera quatro após divulgação de nova gravação





















Chefe da Casa Civil, que falou de arrecadação entre aliados, está na lista






Elder Ogliari






Após a divulgação de uma nova gravação levantando suspeitas sobre auxiliares, a governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), aceitou ontem os pedidos de demissão do chefe da Casa Civil, Cezar Busatto (PPS); do secretário-geral de governo, Delson Martini (PSDB); do chefe do escritório do Estado em Brasília; Marcelo Cavalcante, e do comandante-geral da Brigada Militar, coronel Nilson Nobre Bueno.







A exoneração simultânea dos quatro colaboradores tenta acabar com a maior crise política da atual administração gaúcha. Gravações divulgadas na quarta-feira e na sexta-feira passadas pelo presidente da CPI do Detran, Fabiano Pereira (PT), deixaram os secretários em situação difícil.







A primeira mostrou envolvidos em uma fraude de R$ 44 milhões no Departamento Estadual de Trânsito (Detran) combinando uma maneira de receber instruções de Martini para resolver um impasse entre empresas que prestavam serviços superfaturados.







Na segunda gravação, Busatto relata ao vice-governador, Paulo Afonso Feijó (DEM), que o Detran e o Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul) são grandes fontes de financiamento de partidos aliados.







Além das gravações, a CPI recebeu cópia de carta que o empresário Lair Ferst - também acusado no caso Detran - remeteu para Cavalcante, dizendo-se alvo de pessoas corruptas. O chefe do escritório de Brasília disse não ter encaminhado o assunto para Yeda porque Ferst não tinha provas.







JUSTIÇA MILITAR

Dos quatro colaboradores exonerados por Yeda, Bueno é o único que não tem relações com o Detran. Ele responde a processo na Justiça Militar por recebimento irregular de diárias e promete provar inocência.







Ao anunciar as demissões ontem, em entrevista coletiva, Yeda adiantou que a nova composição do governo gaúcho será discutida na reunião do conselho político, amanhã, com a participação de secretários e líderes de partidos aliados.







A governadora se mostrou indignada com a comportamento de Feijó, que gravou e divulgou a conversa que comprometeu o chefe da Casa Civil. "A fala gravada não tem valor ético ou moral, quando um sabe que está gravando e outro não sabe que está sendo gravado", comentou a tucana, que rompeu com o vice antes mesmo de assumir, no final de 2006.







Na entrevista, a governadora falou ainda sobre a pressão que sofre da oposição na CPI do Detran - alguns deputados do PT chegaram a dizer que seu governo ruiu e ela deveria renunciar. "Quem sabe tenhamos ferido grandes interesses e é próprio de quem quer mudar pagar o preço", comentou.





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