domingo, 2 de março de 2008

Após votar, Putin já fala como novo premiê

Ele fez advertências à Otan e aos Estados Unidos.
'Estou disposto a trabalhar como chefe de governo', disse Putin.








Da France Presse






O presidente russo, Vladimir Putin, se apresentou como postulante ao cargo de primeiro-ministro de uma Rússia que, segundo ele, está preparada para apontar seus mísseis em direção à Ucrânia e outros países europeus, caso estes instalem bases da Otan ou elementos do escudo antimísseis dos Estados Unidos.

"Estou disposto a trabalhar como chefe de governo" disse Putin, em referência à mais que provável vitória de seu candidato, Dimitri Medvedev, na eleição presidencial deste domingo.





Medvedev convidou em dezembro o mentor para ser seu chefe de governo. Putin já havia indicado que aceitaria a proposta.





Em sua última entrevista coletiva antes do fim de seu segundo mandato consecutivo no Kremlin, Putin rejeitou os ultimatos e as lições de moral e reafirmou que Moscou responderá a qualquer aproximação da Otan de suas fronteiras.




Ameaças






O presidente russo ameaçou apontar os mísseis russos para Ucrânia, Polônia e República Tcheca, caso estes países aceitassem instalar bases da Otan ou se os Estados Unidos concretizarem os planos de instalar um escudo antimísseis na região.








"Nós nos veremos, provavelmente, obrigados a reorientar nossos sistemas de mísseis sobre os locais que nos ameaçam", disse, apesar da Ucrânia, candidata à adesão na Otan, ter desmentido estar disposta a aceitar a instalação em seu território de bases da Aliança Atlântica ou elementos do escudo.





A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) reagiu às ameaças ao afirmar que apenas os seus membros decidem sobre a ampliação.





"Os únicos países que podem decidir sobre uma ampliação da Otan são os países da Otan. Nenhum outro país tem voz neste processo", disse em Bruxelas o porta-voz James Appathurai.





Putin aproveitou a oportunidade para classificar de "imoral e ilegal" qualquer apoio dado à proclamação "unilateral" da independência de Kosovo.





O presidente da Rússia também negou ter tido a intenção de buscar um terceiro mandato.





"Nunca me tentou permanecer no poder além do segundo mandato, tempo máximo estabelecido pela Constituição. Dizem que o maior vício é o poder, mas nunca senti algo assim", declarou.





Os analistas se questionam como Putin, que durante oito anos tem sido o homem mais poderoso do país, pode se transformar em subordinado de Medvedev. Alguns afirmam que se trata apenas de um cenário provisório, para garantir a transição no poder.





"O presidente é avalista da Constituição. Define as grandes prioridades. O poder executivo supremo no país é o governo russo e o chefe de governo", destacou Putin, deixando claro que não se contentará com um papel secundário.





Ele citou uma 'alquimia' com Medvedev e a 'confiança' que tem nele, antes de garantir que o sucessor seria "um bom presidente".





Ao avaliar seus oito anos no Kremlin, ele afirmou que a Rússia é uma democracia e negou ter atuado com apetite voraz pelo poder, apesar das críticas de que teria criado um estado autoritário.





"Durante oito anos, trabalhei como um escravo, de manhã até de noite", concluiu o presidente russo.





http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL334015-5602,00-APOS

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