terça-feira, 25 de março de 2008

Bovespa se descola das Bolsas americanas e fecha com alta de 2,38% Publicidade

YGOR SALLES



da Folha Online



A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) fechou nesta terça-feira com alta, voltando ao patamar dos 61 mil pontos, aproveitando o bom desempenho das ações da Petrobras. Os papéis da petrolífera subiram mais de 5% --o suficiente para que a Bolsa paulista se descolasse do dia volátil nos Estados Unidos.




O Ibovespa --principal indicador da Bolsa paulista-- avançou 2,38%, aos 61.234 pontos. O giro financeiro foi de R$ 5,62 bilhões, com cerca de 197 mil negócios realizados. O dólar comercial, por sua vez, recuou 0,85%, vendido a R$ 1,732.




A Bovespa praticamente ignorou o dia instável nas Bolsas americanas devido aos ganhos dos papéis da Petrobras, que tiveram valorização de 5,77% paras as ordinárias e 5,28% paras as preferenciais.




"Houve rumores de uma possível descoberta de um novo megacampo de petróleo, o que fez os papéis da empresa se destacarem", explicou André Simões Cardoso, gestor de fundos do Modal Asset.




Além disso, a estatal informou que os acionistas da empresa aprovaram o desdobramento de ações, o que animou os investidores. O desdobramento faz com que o preço unitário de uma ação fique mais barato, o que teoricamente atrai investidores com menor poder aquisitivo.




Por outro lado, também mereceu destaque o péssimo desempenho das ações da Cesp (Companhia Energética de São Paulo) causado pelo cancelamento de seu leilão de privatização, anunciado hoje pelo governo de São Paulo. Os papéis PNB da geradora de energia elétrica foi a que mais caiu entre os listados no Ibovespa, com perda de 21,08%. "Foi a grande frustração do dia", disse Cardoso.




EUA



Em Wall Street, as Bolsas ficaram próximos da estabilidade, após passar boa parte do dia com perdas. O índice Dow Jones recuou 0,13%, aos 12.532 pontos, enquanto que o tecnológico Nasdaq Composite subiu 0,61%, a 2.341 unidades. O S&P 500 avançou 0,23%, a 1.352 pontos.




Pouco antes de se iniciar os pregões em Wall Street, o indicador Standard & Poor's/Case Shiller de preço de casas de janeiro indicou redução em relação a dezembro de 2007.




As expectativas dos analistas, no entanto, se concentraram na divulgação da confiança do consumidor norte-americano. Segundo anunciou o instituto privado Conference Board, o índice geral voltou a cair em março para 64,5, ante 76,4 de fevereiro. Trata-se do menor índice desde março de 2003 (61,4).




O indicador da confiança do consumidor é considerado importante porque um consumidor pessimista tende a retrair o consumo --o principal motor da economia americana, que está na iminência de uma recessão. Já a queda do valor das casas --a maior desde que começou a ser medida, em 1987-- indica que a crise do crédito imobiliário de alto risco ("subprime") ainda não acabou.




Os indicadores ruins fazem com que o mercado americano se mantenha volátil, assim como já ocorre desde o início da crise do subprime. Seis instituições financeiras ficaram listadas hoje entre as dez mais negociadas --três com ganhos (Citigroup, Thornburg Mortgage e Washington Mutual) e três com perdas (JPMorgan, Bear Stearns e Bank of America).




Segundo Cardoso, as más notícias não foram suficientes para derrubar as Bolsas americanas porque o mercado confia que as medidas do Fed (Federal Reserve, o banco central americano) anunciadas na semana passada vão fazer efeito.




"Mesmo que o indicador de bens duráveis [que será divulgado amanhã] venha ruim, esse voto de confiança continuará de pé", disse o analista. "Isso até que algum outro banco apresente problemas mais sérios."



www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u385667.shtml

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