segunda-feira, 24 de março de 2008

Taiwan: candidato que defende diálogo com China vence as eleições

O Globo Online / O GloboAgências Internacionais
O candidato do Partido Nacionalista de Taiwan, Ma Ying-jeou, que apóia uma relação mais estreita com a China, venceu as eleições presidenciais do país neste sábado

PEQUIM, China - O candidato do partido de oposição Koumintang (Nacionalista), Ma Ying-jeou, ganhou as eleições para a Presidência de Taiwan com 58% dos votos dos 13 milhões de eleitores que compareceram às urnas ontem, 16 pontos percentuais acima do candidato Frank Hsieh, do Partido Democrático Progressista (PDP), hoje no governo. Com uma plataforma que defende maior aproximação com a China sem a perda da autonomia política da ilha, o ex-prefeito de Taipé Ma Ying-jeou vai governar Taiwan com a ajuda de um Parlamento onde o Koumintang já possui maioria desde janeiro, segundo informa reportagem do jornal O Globo deste domingo (veja a íntegra da reportagem no Globo Digital - só para assinantes). A China ainda considera Taiwan uma província rebelde.




- Eu quero reiterar minha política sobre a China: nada de unificação, nada de independência e nada de uso da força. Eu sempre disse que, se fosse eleito, discutiria com Pequim vários assuntos. Vou proteger Taiwan, não apenas sua identidade, mas sua segurança com todas as minhas forças - disse Ma Ying-jeou.




A violenta repressão da China contra manifestantes que pedem mais liberdade para o Tibete reduziu a margem de vitória do Kuomintang, mas não foi capaz de tirar de Ma a vitória.




Tibetanos no exílio dizem que mais de cem pessoas morreram pela repressão aos protestos pela independência do Tibete da última semana. O governo chinês, que mantém a imprensa internacional longe dos conflitos, diz, no entanto, que foram 18 civis mortos e um policial ( Saiba mais sobre a crise do Tibete) .




Desde 1949, quando os nacionalistas chefiados por Chiang Kai-shek perderam a guerra civil para os comunistas chineses e fugiram para Taiwan sob a proteção dos EUA, a ilha se considera um país, enquanto Pequim faz questão de dizer que Taiwan é uma província rebelde. Após anos de ameaças respaldadas em milhares de mísseis apontados para ambos os lados, pode haver diálogo a partir de maio, quando o Kuomintang assumir a Presidência da ilha.




- Eu já disse várias vezes que este país não é o Tibete, nem Hong Kong. Então vamos manter este lugar democrático do jeito que está - disse o futuro presidente.




Em seu programa de governo, Ma Ying-jeou deixou claro que pretende acabar com a campanha independentista liderada pelo atual presidente de Taiwan, Chen Shui-bian, do PDP. Ele propõe um tratado de paz que ajude a desmilitarizar o estreito que separa o continente da ilha, tornando o clima político mais ameno.




A repressão chinesa contra as manifestações pela independência do Tibet ganhou mais críticas externas na sexta-feira.




http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2008/03/22/taiwan
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_eleicoes-426497739.asp

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