O presidente Pervez Musharraf condenou o atentado e pediu à população que mantenha a calma. Mais 16 pessoas também morreramSão PauloA ex-primeira-ministra e líder oposicionista paquistanesa Benazir Bhutto foi assassinada com dois tiros ontem, em um atentado após um comício na cidade de Rawalpindi. Mais 15 pessoas morreram. Ela havia retornado ao país no mês de outubro e figurava entre os principais candidatos à premiê nas eleições parlamentares de 8 de janeiro. O presidente do Paquistão, Pervez Musharraf, condenou o atentado e pediu para a população que mantenha a calma.
A explosão ocorreu no portão de saída do parque onde o comício se desenrolava, no momento em que as pessoas estavam indo embora. Segundo a Reuters, a polícia informou que cerca de 16 pessoas morreram depois de uma explosão enquanto a Associated Press confirma que 20 foram mortos. Segundo o policial Abdul Karim, a ex-premiê tinha acabado de deixar o local no momento do atentado, minutos após discursar para a população.
"Quando líderes partidários, incluindo Bhutto, começaram a sair, um homem tentou se aproximar deles e então disparou alguns tiros e explodiu", contou um policial na área. Segundo Wasif Ali Khan, membro do partido de Benazir, ela morreu às 6h16, horário local, no Hospital Geral de Rawalpindi.
Este foi o segundo atentado contra Benazir. Quase 150 pessoas morreram e mais de 300 ficaram feridas em Karachi na chegada da ex-premiê no país, em outubro, após oito anos de exílio. Duas bombas explodiram perto do caminhão que transportava a ex-primeira-ministra paquistanesa Benazir Bhutto. Militantes islâmicos foram apontados como culpados pelo ataque, mas Bhutto chegou a declarar que estava disposta a enfrentar o perigo para ajudar seu país.
Mais cedo, um tiroteio deixou quatro oposicionistas mortos e três feridos durante uma manifestação feita nas proximidades por partidários de outro líder da oposição, o também ex-premiê Nawaz Sharif. O Paquistão terá eleições parlamentares em 8 de janeiro.
FAVORITA Benazir, que governou o país de 1988 a 1990 e de 1993 a 1996, foi considerada como um símbolo de modernidade e democracia do país ao ser eleita premiê - a primeira mulher premiê do mundo islâmico. Cotada para voltar a ser primeira-ministra, Benazir tinha o apoio da maioria de mais de 50% dos eleitores paquistaneses.
A candidata viveu oito anos em exílio por causa das acusações de corrupção e enriquecimento ilícito e retornou ao país após meses de negociação com Musharraf. A volta aconteceu quando Musharraf, com quem vinha negociando a respeito de um processo de transição para um regime democrático liderado por civis, concedeu-lhe garantia de que não seria processada devido às acusações de corrupção.
Em 2006, Benazir criou com seu arqui-rival Sharif uma Aliança para a Restauração da Democracia, mas os dois não conseguiram chegar a um acordo sobre a estratégia a ser adotada na confrontação com o presidente Pervez Musharraf. Benazir acreditava ser melhor negociar com o general, ao passo que Sharif rejeitava qualquer contato com o dirigente militar.
No dia 26 de dezembro, em um cinturão industrial localizado perto de Islamabad, Bhutto prometeu, enquanto fazia campanha para as eleições gerais de janeiro, lutar pelos direitos dos trabalhadores.
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