Para um crescimento maior, de 5,5%, o PIB do quarto trimestre terá que aumentar 6,2%
Agência Estado
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Dados divulgados pelo IBGE mostram que o PIB acumulado no ano, até o terceiro trimestre, cresceu 5,3%, e em 12 meses aumentou 5,2%. Os números agradaram analistas e empresários. Eles reforçaram a expectativa de um crescimento superior a 5% em 2007.
O empresário Antonio Ermírio de Moras, presidente do Conselho do Grupo Votorantim, disse que o crescimento de 5,3% no PIB de janeiro a setembro último, mostra que "não estava errado ao prever que ele poderia crescer um pouco mais do que 5%" neste ano. "Acho que é um resultado muito bom para um País que não saia de baixos crescimentos, como 2,5% ou menos.
Expectativa maior
O economista do banco Itaú Aurélio Bicalho destacou que a instituição poderá elevar a sua perspectiva de crescimento do País neste ano de 4,7% para um número preliminar de 5,3%. No resultado do terceiro trimestre, ele destacou que a elevação do indicador foi propiciada pelo lado da demanda, especialmente pela forte elevação dos investimentos, que subiram 14,4% perante o terceiro trimestre do ano passado. No lado da oferta, segundo o economista, ganhou destaque o desempenho da agropecuária, que registrou uma alta de 9,2% no mesmo período de comparação.
O banco Dresdner Kleinwort (DKIB) já revisou sua previsão para o crescimento do PIB do Brasil em 2007 de 4,8% para 5,1%. "O consumo privado continua a se expandir num ritmo robusto, mas ainda mais importante, o investimento liderou o aumento da atividade", disse o economista sênior do banco, Nuno Camara, em nota para clientes na qual avalia o resultado do PIB no terceiro trimestre.
Inflação e juros
Para o Itaú, contudo, a elevação do PIB não deve provocar pressões de alta sobre a inflação, pois há dois fatores que devem colaborar de forma expressiva para conter o avanço dos índices de preços, que neste ano foram muito influenciados pela alta dos produtos alimentícios. Um deles é a continuidade da expansão dos investimentos, que continua crescendo há três anos acima do produto interno.
O banco privado previa uma alta da Formação Bruta de Capital Fixo de 2,3% no terceiro trimestre perante os três meses anteriores, mas o indicador subiu quase o dobro, pois atingiu uma alta de 4,5%. A elevação de 14,4% da FBCF no terceiro trimestre ante o mesmo período de 2006 foi bem maior que o incremento de 5,7% apurado pelo PIB na mesma base de comparação, uma marca 152% maior.
Além do vigor dos investimentos, o Itaú mantém a projeção para o IPCA de 4,3% para 2007 e 3,8% em 2008 também devido a outros fatores, sobretudo o cenário de estabilidade do câmbio em níveis valorizados. A instituição avalia que a cotação do real perante o dólar deve fechar este mês em R$ 1,80 e apresentar a mesma taxa no final do próximo ano. Neste contexto, o banco pondera que o Banco Central tem espaço para retomar a trajetória de corte de juros em março e pode reduzir a Selic cinco vezes em 2008, quando deverá levar a taxa para 10% num horizonte de 12 meses.
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