segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Líder uzbeque desde 1989, Karimov é reeleito

Por Dmitry Solovyov






TASHKENT (Reuters) - Islam Karimov, único presidente do Uzbequistão desde o fim do regime soviético, venceu a eleição de domingo com 88,1 por cento dos votos. Observadores ocidentais disseram que o pleito não foi democrático.






Karimov, que chegou ao poder em 1989 e desde então não tolera dissidências, é criticado pelo Ocidente desde 2005, quando suas tropas mataram centenas de manifestantes na cidade de Andizhan, segundo testemunhas.






O país mais populoso da Ásia Central está no meio da disputa geopolítica entre o Ocidente e a Rússia, que ainda vê essa região como parte da sua esfera de influência.






O presidente, de 69 anos, enfrentou três pequenos candidatos -- o que segundo analistas servia para dar um verniz de legitimidade à eleição.






A Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) disse que a votação de domingo ficou bem abaixo dos padrões democráticos, por ter se dado "num ambiente político estritamente controlado, sem deixar espaço para a oposição real, e a eleição em gerou deixou de atender a muitos dos compromissos da OSCE com eleições democráticas," disse a entidade em nota.






A OSCE questionou ainda a própria candidatura de Karimov, devido à proibição constitucional para mais de dois mandatos consecutivos. Aparentemente, o argumento é de que um referendo em 2002 ampliou o mandato presidencial de cinco para sete anos, o que tecnicamente faria deste o primeiro. Em 200, Karimov venceu a eleição, também criticada pelo Ocidente, com 92 por cento dos votos.






A entidade européia, que enviou uma missão limitada, com pouco mais de 20 pessoas, a Tashkent, disse ter notado várias violações durante a votação, inclusive assinaturas múltiplas em listas de eleições, o que indica fraude.






"Como todos os candidatos na atual eleição davam apoio publicamente ao atual ocupante do cargo, o eleitorado foi privado de uma escolha genuína," disse a OSCE, pondo em dúvida também o elevado comparecimento registrado oficialmente, de 90,6 por cento.







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