quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

GRÃ-BRETANHA PRENDE TRÊS HOMENS RECÉM-LIBERTADOS DE GUANTÁNAMO

LONDRES, 20 DEZ (ANSA) - Um palestino radicado na Grã-Bretanha, que chegou ontem em Londres após ter sido libertado da prisão norte-americana de Guantánamo, em Cuba, foi preso hoje a pedido das autoridades espanholas.

Jamil El-Banna, 45, foi detido e submetido a interrogatório na delegacia de Luton, norte da capital britânica. Segundo a Scotland Yard, a prisão de El-Banna deve-se a um pedido de prisão por crimes terroristas expedido pela Espanha.

Outros dois cidadãos libertados ontem de Guantánamo, o libanês Omar Deghayes, 38, e o argelino Abdenour Samuer, 34, foram presos em Londres com base na lei antiterrorista britânica.

El-Banna deverá comparecer diante dos juízes de Wetsminster para confirmar seu nome, idade e domicílio.

Os três homens chegaram ontem ao aeroporto de Luton, depois de permanecer durante quatro anos e meio em Guantánamo.

Um quarto residente britânico, libertado ontem da base naval norte-americana, Shaker Abdur-Raheem Aamer, voltou ontem à Arábia Saudita, seu país de origem.

Um quinto, o etíope Binyam Mohammed, continua preso.

Deghayes e Samuer foram presos a bordo do avião que os levava de Guantánamo à Grã-Bretanha, onde eram acompanhados por membros da Scotland Yard.

Um porta-voz da Polícia Metropolitana informou que os dois foram presos sob suspeitas de financiar, preparar ou instigar atos de terrorismo.

Os dois árabes permanecerão na prisão de segurança máxima de Paddington Green, no centro de Londres. Deghayes pode ser extraditado à Espanha.

Seu advogado, Clive Stafford-Smith, declarou ao programa Newsnight da BBC que a acusação espanhola está fundamentada em evidências falsas e reiterou que lutará contra qualquer tentativa de extradição.

"O fato de a Espanha estar por trás dessa prisão equivocada na baía de Guantánamo deveria envergonhá-los", disse.

"E agora a idéia de utilizarem essa evidência, que nós demonstramos que é falsa, para detê-los é algo muito equivocado", acrescentou.

O ministério do Interior revisará a situação migratória dos três homens. Sua libertação foi acordada com os Estados Unidos em 10 de dezembro, após intensas negociações.

O Pentágono insiste que os cinco são perigosos para a sociedade.

Os Estados Unidos acusam o palestino El-Banna de trabalhar como recrutador e financiador da Al-Qaeda, o líbio Deghayes de manter vínculos com o grupo, e o argelino Samuer de receber treinamento de combate no Afeganistão.

Cerca de 300 pessoas continuam presas em Guantánamo, prisão criada no início de 2002 na base naval norte-americana em Cuba após a invasão ao Afeganistão.(ANSA)

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