Por Ariel Palacios, enviado especial
Agência Estado
A Cúpula do Mercosul, realizada na capital uruguaia, será o cenário da assinatura do primeiro Tratado de Livre Comércio do bloco fora deste continente. O acordo será assinado com Israel, país com o qual as negociações iniciaram em 2005. O documento será rubricado entre amanhã e terça-feira. As equipes de negociadores dos dois lados estavam terminando em Montevidéu o acerto dos últimos detalhes.
O acordo prevê a eliminação, em etapas, em um prazo máximo de 10 anos, de 90% das barreiras alfandegárias entre o Mercosul e Israel. O país do Oriente Médio possui uma sólida economia, com um PIB de US$ 128 bilhões. O comércio atual entre Israel e o Mercosul é de US$ 11 bilhões.
Para o Mercosul, o fechamento do acordo é um trunfo, pois desautoriza as críticas que o bloco recebe sobre sua capacidade de negociar com outros países em conjunto. Com o acordo, produtos industrializados e agrícolas Made in Mercosul entrarão em Israel (e vice versa) sem pagar tarifas alfandegárias. O ministro da Indústria, Eliahu Yishai, estará na capital uruguaia para a cerimônia de assinatura.
A Venezuela, cuja integração ao Mercosul não foi ainda aprovada pelo Congresso Nacional brasileiro, nada poderá fazer - de maneira formal - para impedir a assinatura do acordo com Israel, país com o qual o governo do presidente Hugo Chávez, declarado admirador e aliado do Irã, mantém péssimas relações diplomáticas com o governo israelense.
Em várias ocasiões, Chávez afirmou que Israel se comporta de forma "nazista" com os palestinos. Além disso, Chávez, há dois anos, em alusão aos judeus, afirmou que era preciso ter cuidado com "aqueles que mataram Cristo, pois controlam a economia mundial".
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