segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Correção: Bovespa cai 4,19% e tem a terceira maior queda do ano

Valor Online

SÃO PAULO - Diferentemente do informado em nota anterior, a queda de hoje do Ibovespa foi a terceira maior do ano e não a segunda. No dia 12 de novembro, o índice perdeu 4,34%. Segue a nota corrigida:

SÃO PAULO - A semana começou com um forte movimento vendedor na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), que registrou a terceira maior perda diária do ano. O índice caiu 4,19%, encerrando aos 59.828 pontos. O giro financeiro somou 8,19 bilhões, inflado pelo vencimento de opções sobre ações, que movimentou R$ 2,18 bilhões. Em 12 de novembro o índice registrou uma perda de 4,34%, segunda maior do ano. A queda diária mais acentuada de 2007 foi registrada em dia 27 de fevereiro, quando o índice caiu 6,63%, seguindo uma queda de 9% na bolsa de Xangai.

Em Wall Street, o dia também foi de perdas, mas as vendas foram menos acentuadas. Com cerca de meia hora para o encerramento dos negócios, Dow Jones perdia 1,13%, enquanto a Nasdaq recuava 2%.

O tom negativo do dia já era anunciado pelo índice futuro, que refletia as perdas na Ásia, e a queda acentuada na Europa, onde Londres e Frankfurt recuaram 1,86% e 1,55%, respectivamente.

Na avaliação do economista da LCA Consultores Francisco Pessoa Faria, a queda acentuada de hoje é resultado de uma conjunção de notícias negativas somada a uma reação extremada por parte dos agentes. Os humores foram prejudicados por uma série de fatores. Mas a Bolsa não está iniciando uma tendência de baixa. Tem um certo exagero aí , avalia.

Entre os fatores apontados por Faria, estão a redução na recomendação do Brasil, de igual à média de mercado para abaixo da média pelo Morgan Stanley. Além disso, ele cita a preocupação com a inflação nos Estados Unidos e a expectativa quanto aos balanços de grandes instituições financeiras daquele país.

O economista chama atenção para a inflação nos EUA. Se os índices de preços começarem a pressionar, o Federal Reserve (Fed), banco central norte-americano, perde liberdade para reduzir os juros - medida usada nos últimos meses para evitar uma perda maior de dinamismo econômico.

Agregando mais preocupação aos agentes, o ex-presidente do Federal Reserve (Fed) Alan Greenspan alertou sobre a possibilidade de estagflação, ou seja, quando os preços sobem mesmo com a economia perdendo força.

Segundo o economista, o noticiário realmente não ajuda, mas o cenário base é de que os EUA escaparão de uma recessão.

No front interno, mesmo com o governo garantindo o cumprimento das metas fiscais, o assunto CPMF segue como ponto de incerteza, pois ainda não foi apresentado um plano para fazer frente à perda de R$ 40 bilhões em receitas.

Puxando as perdas do Ibovespa, o papel PN da Petrobras caiu 5,23%, para R$ 76,95. O ativo ON cedeu 5,06%, para R$ 90,85. Queda acentuada também para as ações da PNA da Vale. O papel, que perde valor há mais de uma semana, encerrou negociado a R$ 47,85, com queda de 3,43%.

Entre os 63 papéis listados no índice, apenas o ativo PN da Gol apresentou alta, avançando 0,58%, para R$ 43,30. Forte queda para Lojas Renner ON, que perdeu 7,66%, para R$ 34,35. B2W Varejo caiu 7,28%, para R$ 72,50. Vivo PN, TIM ON e Gafisa ON também amargaram perdas superiores a 7%.

As ações ON do Banco do Brasil caíram 4,09%, para R$ 30,21, com os investidores que foram atendidos na oferta secundária embolsando parte do ganho de 6,4% registrado na sexta-feira. O preço de emissão da distribuição foi fixado em R$ 29,25. Previ e BNDESPar venderam mais de 104 milhões de ações.

Ainda no setor financeiro, as unis do Unibanco caíram 4,31%, e as ações PN do Itaú e Bradesco recuaram 4,58% e 3,75%, respectivamente.

Fora do índice, as ações ON da Bovespa Holding caíram 5,76%, para R$ 33,50, e a BMF recuou 3,79%, para R$ 22,80.

(Eduardo Campos | Valor Online)

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