sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Greve: «Foi um dia normal de trabalho»

O secretário de Estado da Administração, João Figueiredo, considerou que esta sexta-feira «foi um dia normal de trabalho» na Administração Pública, dado que a greve realizada teve uma adesão média global de 21,81 por cento, noticia a Lusa.

João Figueiredo reconheceu, no entanto, na conferência de imprensa, que alguns serviços foram afectados pela paralisação e que esta trouxe alguns incómodos para os cidadãos.

O secretário de Estado reafirmou que o apuramento dos dados relativos à greve não teve qualquer interferência do Ministério, foi feito pelos vários serviços da Administração Pública, e baseou-se num universo de 320 mil trabalhadores da Administração Central, o que corresponde a 60 por cento do total de efectivos.

Segundo o governante, só nos próximos dias será possível ter dados rigorosos e completos sobre a adesão à greve desta sexta-feira.

Relativamente aos motivos alegados pelos sindicatos para a concretização da greve, João Figueiredo reconheceu que o Governo tem pedido sacrifícios aos trabalhadores mas com um objectivo concreto.

Governo é «intransigente»

«O Governo é intransigente quando considera que está em causa o interesse nacional, quando não é assim o Governo consegue fazer acordos com os sindicatos», disse referindo o exemplo do sistema de avaliação de desempenho.

O secretário de Estado disse aos jornalistas que, apesar das propostas sindicais, não haverá nenhum aumento intercalar para os funcionários públicos em 2008.

«O Governo faz uma proposta de aumentos salariais de 2,1 por cento porque está convicto de que a inflação não irá ultrapassar este valor. Se não for assim a situação terá de ser vista na proxima negociação salarial».

Sindicatos: adesão de 80 por cento

As três estruturas sindicais da administração pública que convocaram a paralisação fizeram «um balanço francamente positivo» da greve e divulgaram uma adesão média global de cerca de 80 por cento.

Justiça

A justiça foi um dos sectores onde se sentiu mais os efeitos da greve, que causou o encerramento de dezenas de tribunais por todo o país.

Segundo informação do Sindicato dos Trabalhadores Judiciais, nenhum tribunal do País registou uma adesão inferior a 75 por cento.

Escolas de hospitais

De acordo com os sindicatos as escolas e a saúde cumpriram a tradição de elevada adesão a greves, e também desta vez encerraram dezenas e dezenas de escolas um pouco por todo o País e muitos hospitais ficaram só com serviços mínimos e asseguraram as urgências, verificando-se o encerramento das consultas externas e dos serviços administrativos.

Serviços de higiene urbana e saneamento

A adesão dos trabalhadores dos serviços de higiene urbana e de saneamento à greve da função pública registou índices de cem por cento em mais de dez concelhos, segundo informação do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local (STAL), deixando o lixo por recolher em muitas localidades.

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