Reajuste está em negociações e presidente da CEG, do Rio, calcula que aumento para consumidor seria de 24%
Nicola Pamplona e Kelly Lima
O aumento no preço do gás natural para as distribuidoras pode chegar a 30%, disse ontem o presidente da CEG (empresa que opera no Estado do Rio), Bruno Armbrust. Segundo ele, o valor vem sendo proposto pela Petrobrás em negociações para renovar os contratos de entrega do combustível. A estatal negou o porcentual, mas reforçou ontem que o preço precisa subir. Uma fonte ouvida pelo Estado aponta que este aumento ocorreria com a equiparação do preço do gás natural ao do óleo combustível, o que comprometeria totalmente a operação das distribuidoras.
“O preço do gás hoje está desalinhado com o preço dos combustíveis alternativos, fazendo com que o consumo de gás seja estimulado num momento em que deveria ser o contrário, deveríamos desestimular o consumo”, afirmou, em Nova York, o presidente da companhia, José Sérgio Gabrielli.
Se confirmado, um aumento de 30% no preço do gás provocaria um repasse de até 24% ao consumidor, calcula Armbrust. O preço, porém, é válido apenas para o gás nacional, que abastece as distribuidoras do Nordeste, além do Rio, Minas e parte de São Paulo - a Comgás, por exemplo, recebe um mix de gás nacional e boliviano. Números finais, porém, dependem da legislação de cada Estado.
Em 2005, a Petrobrás retirou os descontos que deu durante dois anos no preço do gás nacional e do importado da Bolívia. Desde o segundo trimestre daquele ano, o preço do gás entregue às distribuidoras subiu cerca de 50%, acompanhando a alta do preço do petróleo.
Segundo Armbrust, apenas as distribuidoras que têm contrato com vencimento entre este ano e o próximo estarão sujeitas ao reajuste. Existem distribuidoras, no Nordeste, por exemplo, com contrato vencido.
Já a CEG tem contrato com a Petrobrás até 2012 e não pretende adiantar sua renovação, disse Armbrust. “O que estamos discutindo agora é o volume que será entregue.” A CEG distribui cerca de 7,3 milhões de metros cúbicos por dia, mas tem contrato para apenas 5,1 milhões. A Petrobrás propõe garantir mais 650 mil metros cúbicos firmes e 1,55 milhão de metros cúbicos com possibilidade de suspensão da entrega.
Para Armbrust, um aumento de 30% poderia inviabilizar novos investimentos em conversão para gás natural. “O gás perderia muita competitividade.”
O secretário de Desenvolvimento do Rio, Júlio Bueno, propôs aumento no preço do gás para as térmicas, o que reduziria as chances de acionamento das usinas. “O custo do gás para térmicas é hoje irracionalmente baixo.” Segundo ele, o governo federal deveria incentivar a geração de energia a óleo combustível, já que há excedentes. O governo do Rio quer repactuar a política para o gás, dando prioridade ao consumo não-térmico.
Do Site:
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