ISLAMABAD (Reuters) - O presidente paquistanês, Pervez Musharraf, tomou posse na quinta-feira para seu segundo mandato, desta vez como líder civil, um dia depois de deixar o comando do Exército, cumprindo uma promessa da qual muitos paquistaneses duvidavam.
A posse foi dada por um presidente da Suprema Corte escolhido pelo próprio Musharraf sob estado de emergência. Apesar das restrições constitucionais em vigor, Musharraf disse que o fim do exílio de seus principais adversários é bom para a reconciliação nacional.
"Este é um marco na transição do Paquistão para a essência completa da democracia", disse Musharraf, vestindo uma túnica tradicional, em discurso após prestar juramento em Islamabad.
O poder dele deve diminuir sem o comando do Exército, mas Musharraf disse que o país "ficará mais forte comigo como presidente civil e o general (Ashfaq) Kayani como comandante do Exército".
Na primeira referência pública dos últimos dias ao ex-premiê Nawaz Sharif, que no domingo voltou ao país após sete anos de exílio, Musharraf elogiou seu regresso, bem como o da ex-primeira-ministra Benazir Bhutto, que encerrou seu auto-exílio em outubro.
"Pessoalmente sinto que isso é bom para a reconciliação política da qual falei", disse Musharraf.
Sharif e Bhutto cogitam boicotar a eleição geral de 8 de janeiro, por considerarem que não será um pleito livre e justo, devido ao estado de emergência. Analistas dizem, porém, que eles devem recuar e participar.
Musharraf não fez menção à possibilidade de suspender o estado de emergência em vigor desde o dia 3.
Analistas prevêem a eleição de um Parlamento dividido, que pode até tentar destituí-lo. A oposição contesta o fato de ele ter sido reeleito no Parlamento, no começo de outubro, quando ainda era comandante militar. Os juízes nomeados para a Suprema Corte depois da decretação do estado de emergência rejeitaram os recursos contra a reeleição do presidente.
(Com reportagem de Zeeshan Haider, Augustine Anthony, Kamran Haider e Simon Gardner em Lahore)
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