terça-feira, 15 de maio de 2007

Atentado suicida no Paquistão faz pelo menos 25 mortos

No átrio de um hotel em Peshawar


Pelo menos 25 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas num atentado suicida, ao início da tarde, num hotel do centro de Peshawar, o principal centro urbano do noroeste do Paquistão.


A explosão ocorreu por volta das 13h00 locais (09h00 em Lisboa) na recepção do Hotel Marhaba, uma estância muito frequentada por cidadãos afegãos, situada num bairro popular da cidade. A potência da detonação destruiu parcialmente o edifício de três andares, adianta a AFP.



"Das 25 pessoas mortas, a maioria são afegãos", avançou o general Javed Cheema, porta-voz do Ministério do Interior paquistanês.



O ministro da Justiça da Província-Fronteira do Noroeste, de que Peshawar é capital, disse não ter dúvidas de que o atentado foi perpetrado por um suicida. "A polícia encontrou duas pernas amputadas e numa delas estava escrito em língua pashtun [uma das línguas oficiais do país vizinho]: 'Este é o destino dos espiões a soldo dos americanos'", revelou.



Este tipo de mensagem é frequentemente inscrita em corpos abandonados na zona tribal, a extensa faixa de território que separa o Paquistão do Afeganistão, onde os militantes islamistas mataram desde o início do ano dezenas de pessoas, na sua maioria afegãos, que acusam de trabalhar para as tropas americanas.



"Não temos cem por cento de certezas, mas acreditamos que se tenha tratado de um atentado suicida", afirmou, por seu lado, o comandante da polícia local, Fayyaz Turo, adiantando que uma equipa de peritos está já no local para determinar as circunstâncias em que ocorreu a explosão.



Pelo menos 46 pessoas deram entrada no Hospital Lady Reading e os médicos dizem que muitos dos feridos estão em estado grave. Duas horas depois da explosão, as ambulâncias continuavam a encaminhar vítimas para o hospital, enquanto as televisões mostravam imagens da destruição causada pelo atentado.



Peshawar, situada a 60 quilómetros da fronteira, alberga uma importante comunidade afegã e desde o início do ano tem sido palco de atentados cada vez mais violentos ? uma imagem que espelha a crescente insegurança no país vizinho. A maioria das acções foi atribuída a militantes pró-taliban, que lutam pela restauração do regime fundamentalista no Afeganistão e contestam o apoio dado pelo Presidente paquistanês, Pervez Muharraf, às tropas norte-americanas na região.




Costa

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