Influenciado por uma somatória de fatores, nenhum deles surpreendente, permitiu que a cotação do dólar recuasse fortemente tornando esta terça (15) um marco para os investidores do câmbio. A moeda norte-americana atingiu o patamar de R$ 2,00, pela primeira vez em seis anos. A marca dos R$ 2,00 não era rompida na cotação diária desde o dia 16 de fevereiro de 2001, quando a mínima ficou em R$ 1,9910.
Depois de romper nível psicológico de R$ 2,00, o dólar agora se sustenta abaixo desse valor, motivado, principalmente, pela ausência do Banco Central (BC) nas mesas de operações, num dia em que também colabora para a queda da moeda um movimento internacional e unânime de desvalorização do dólar. Além disso, o fluxo de recursos positivo e o anúncio de dados da economia dos Estados Unidos dentro do previsto, também colaboram para o desempenho do dólar.
Paralelamente, vive-se um momento de maior alívio em relação à saúde da economia norte-americana. As avaliações atuais são de que o juro nos EUA seguirá estável e que são maiores as chances de que a política monetária daquele país seja flexibilizada do que venha a sofrer um aperto. E os dados divulgados nos EUA reforçaram essa idéia. O mais importante, a taxa de inflação ao consumidor (CPI), mostrou variação de +0,4% em abril, abaixo das previsões de 0,5%. O núcleo (sem os preços de energia e alimentos), de 0,2%, ficou em linha com as expectativas e levou o Dow Jones, da Bolsa de Nova York, a outro recorde.
LEILÃO - A moeda norte-americana aprofundou a desvalorização esta tarde em relação ao real, à medida que se aproxima o fim dos negócios, influenciado por declarações do ministro da Fazenda, Guido Mantega.
Depois de grande expectativa, às 15h31, o BC anunciou leilão de compra de dólar à vista. Quando a operação foi anunciada, a moeda norte-americana registrava a cotação mínima do dia em relação ao real (R$ 1,982, em baixa de 1,34%) e a menor taxa intraday (durante o dia, e não no fechamento) desde o dia 15 de fevereiro de 2001 (quando registrou taxa de R$ 1,981). Naquele horário, o dólar comercial recuava 1,24% (R$ 1,984). No pregão viva-voz da Bolsa de Mercadorias & Futuros, o dólar negociado à vista cedia 1,34% (R$ 1,982).
Mantega afirmou esta tarde que o câmbio é flutuante e "não dá para garantir nada". Mais cedo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o câmbio continuará sendo flutuante e que "não tem milagres. O governo fará a sua parte, mas não há mágica".
Fonte: Agência Estado
Costa
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