quinta-feira, 31 de maio de 2007

Brasil terá maior safra de cana-de-açúcar da história


A produção estimada é de 527,98 milhões de toneladas, 11,2% a mais do que na safra 2006/07

Agência Estado

A resposta brasileira para o crescimento da demanda mundial por etanol foi divulgada hoje (31) pelo ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes. O País terá a maior safra de cana-de-açúcar da história, com uma produção de 527,98 milhões de toneladas, 11,2% a mais do que na safra 2006/07. Desse total, 87,4% terá como origem a região Centro-Sul do País, ficando os 12,6% restantes para as regiões Norte e Nordeste.
Com a safra recorde de cana, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima que as usinas brasileiras produzam 20,01 bilhões de litros de álcool, volume que deixa o País mais perto dos Estados Unidos na liderança do ranking de produtores de etanol. O volume, recorde, representa um crescimento de 14 54% em relação à safra anterior e indica que as empresas aplicarão mais de 50% da matéria-prima para a produção do combustível, ficando para o açúcar cerca de 45,5% da oferta de cana.
A maior disponibilidade de álcool no mercado interno, aliado à queda contínua dos preços nas usinas, fez com que o ministro defendesse o aumento da mistura de etanol na gasolina. "Temos elementos técnicos que permitem a retomada da adição de 25% de álcool à gasolina", disse Stephanes. Segundo ele, já foram dados os encaminhamentos necessários para que o percentual suba dos atuais 23% para 25% e a expectativa é de que o aumento ocorra ainda no mês de junho.
O ministro informou também que produtores, usinas e o governo estão estudando formas de minimizar a volatilidade dos preços do álcool no mercado interno e que já devem entrar em vigor a partir de 2008. A modalidade que mais agrada o governo seria a fixação de preços na Bolsa Brasileira de Mercadorias (BM&F). Apesar da preferência, Stephanes lembrou que não está descartada a possibilidade de se formarem estoques reguladores. "Já existe uma capacidade instalada de armazenamento nas empresas, mas a Petrobras poderia entrar eventualmente no mercado para também formar estoques", disse Stephanes.
Apenas em 2007 já entraram em operação no Brasil 18 novas usinas além de outras 30 que estão sendo construídas. A expectativa do ministério é de que além das unidades já em operação e em fase de implantação, outras 50 usinas estejam funcionando nos próximos três anos. "O que o levantamento da Conab confirmou é que o avanço das áreas de cana está acontecendo em áreas de pastagem", disse o ministro.
A Conab divulgou hoje, pela primeira vez, um levantamento dos estoques privados de café no Brasil. De acordo com a entidade, até o dia 31 de março deste ano, existiam 17,58 milhões de sacas armazenadas, das quais 16,78 milhões correspondiam à variedade arábica e 803 mil eram do tipo robusta. De posse do governo, ainda existem 1,81 milhão de sacas armazenadas em armazéns públicos.
Apesar de aparentemente elevado, o estoque total pode não ser suficiente para manter o ritmo normal de exportações no próximo ano. Segundo o secretário-executivo do ministério, Silas Brasileiro, até 30 de junho, quando começa o novo ano-safra, os estoques privados estarão em aproximadamente 7 milhões de sacas. A produção da safra 2007/08 está estimada em 32,06 milhões de sacas, o que resulta em uma disponibilidade de aproximadamente 39 milhões de sacas. Com um consumo interno na casa de 15,6 milhões, o volume disponível para exportação seria de pouco mais de 23 milhões de sacas, abaixo da média histórica. "Teremos uma oferta apertada para o próximo exercício", disse o secretário.

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