BELÉM -O fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, foi condenado, por 5 votos a 2, a 30 anos de prisão nesta terça-feira por homicídio duplamente qualificado, em regime fechado, pelo assassinato da missionária americana Dororthy Stang. Os jurados entenderam que houve agravante pelo fato de a vítima ser idosa.
A missionária foi morta em fevereiro de 2005, em Anapu, no oeste do Pará. Como a pena foi superior a 20 anos, Bida, acusado de ser o mandante do crime, terá direito, automaticamente, a um novo julgamento. O juiz Moisés Flexa negou o pedido para que o réu aguardasse o novo julgamento em liberdade.
Executada com seis tiros, Dorothy Stang, de 73 anos, defendia a implantação de um projeto de reforma agrária em uma área em que o fazendeiro reivindicava a posse. Outros três envolvidos no caso já foram condenados pela Justiça.
Na denúncia, o Ministério Público afirmou que o fazendeiro e o outro suposto mandante do crime, o pecuarista Regivaldo Pereira Galvão pagariam R$ 50 mil pelo crime. Regivaldo, conhecido como "Taradão", aguarda em liberdade decisão de recursos para definição de seu julgamento.
Durante o julgamento, que começou na manhã de segunda-feira, Bida alegou ser inocente. Ele disse que sequer conhecia a missionária, mas confirmou o encontro que teve, logo depois o crime, com os dois pistoleiros que a executaram. Segundo Bida, um deles teria confessado o assassinato.
- Um deles falou: 'Rapaz, eu matei a irmã Dorothy, e tal', eu falei: 'Rapaz, vocês somem daqui, não ficam aqui, vocês vão me complicar, pra que você fez isso rapaz?' - disse ele.
Para o promotor Edson Cardoso, houve a formação de um consórcio criminoso cujo intuito era financiar a morte de irmã Dorothy. Cardoso mostrou ao júri a pasta que Stang usava no dia em que foi morta e a arma do crime. O promotor também ironizou os depoimentos dos outros três condenados pelo crime - Rayfran das Neves, Clodoaldo Batista e Amair Feijoli - que mudaram as versões dadas anteriormente e afirmaram a inocência de Bida.
- Estão todos afinados como uma orquestra, todos combinados para inocentar Bida - ironizou.
Ao fim, representantes de movimentos sociais e trabalhadores presentes no tribunal aplaudiram a explanação da acusação, mas foram repreendidos pelo juiz Moisés Flexa.
- Isso aqui não é local para esse tipo de manifestação, não é um jogo de futebol - disse.
Delegado confirma investigação de consórcio do crime
Entre as testemunhas de acusação, o júri ouviu uma missionária americana que trabalhou com a irmã Dorothy. Durante o depoimento, ela afirmou que a religiosa recebia ameças. Quem também prestou depoimento como testemunha de acusação foi o delegado da Polícia Federal responsável pelo inquérito realizado após a morte de Dorothy Stang. Segundo ele, a PF investigou a existência do consórcio que mandaria matar as pessoas que atrapalham os negócios na área, denunciado pelos agricultores.
Da Agência O Globo
Costa
A missionária foi morta em fevereiro de 2005, em Anapu, no oeste do Pará. Como a pena foi superior a 20 anos, Bida, acusado de ser o mandante do crime, terá direito, automaticamente, a um novo julgamento. O juiz Moisés Flexa negou o pedido para que o réu aguardasse o novo julgamento em liberdade.
Executada com seis tiros, Dorothy Stang, de 73 anos, defendia a implantação de um projeto de reforma agrária em uma área em que o fazendeiro reivindicava a posse. Outros três envolvidos no caso já foram condenados pela Justiça.
Na denúncia, o Ministério Público afirmou que o fazendeiro e o outro suposto mandante do crime, o pecuarista Regivaldo Pereira Galvão pagariam R$ 50 mil pelo crime. Regivaldo, conhecido como "Taradão", aguarda em liberdade decisão de recursos para definição de seu julgamento.
Durante o julgamento, que começou na manhã de segunda-feira, Bida alegou ser inocente. Ele disse que sequer conhecia a missionária, mas confirmou o encontro que teve, logo depois o crime, com os dois pistoleiros que a executaram. Segundo Bida, um deles teria confessado o assassinato.
- Um deles falou: 'Rapaz, eu matei a irmã Dorothy, e tal', eu falei: 'Rapaz, vocês somem daqui, não ficam aqui, vocês vão me complicar, pra que você fez isso rapaz?' - disse ele.
Para o promotor Edson Cardoso, houve a formação de um consórcio criminoso cujo intuito era financiar a morte de irmã Dorothy. Cardoso mostrou ao júri a pasta que Stang usava no dia em que foi morta e a arma do crime. O promotor também ironizou os depoimentos dos outros três condenados pelo crime - Rayfran das Neves, Clodoaldo Batista e Amair Feijoli - que mudaram as versões dadas anteriormente e afirmaram a inocência de Bida.
- Estão todos afinados como uma orquestra, todos combinados para inocentar Bida - ironizou.
Ao fim, representantes de movimentos sociais e trabalhadores presentes no tribunal aplaudiram a explanação da acusação, mas foram repreendidos pelo juiz Moisés Flexa.
- Isso aqui não é local para esse tipo de manifestação, não é um jogo de futebol - disse.
Delegado confirma investigação de consórcio do crime
Entre as testemunhas de acusação, o júri ouviu uma missionária americana que trabalhou com a irmã Dorothy. Durante o depoimento, ela afirmou que a religiosa recebia ameças. Quem também prestou depoimento como testemunha de acusação foi o delegado da Polícia Federal responsável pelo inquérito realizado após a morte de Dorothy Stang. Segundo ele, a PF investigou a existência do consórcio que mandaria matar as pessoas que atrapalham os negócios na área, denunciado pelos agricultores.
Da Agência O Globo
Costa
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