quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Após eleições, ditador paquistanês diz que não irá renunciar

da Folha Online




O ditador do Paquistão Pervez Musharraf disse que não está pronto para renunciar apesar da derrota nas eleições parlamentares da última segunda-feira (17).




Os partidos que apóiam Musharraf foram derrotados nas eleições legislativas de segunda-feira, o que poderá levar a uma mudança política na única potência militar nuclear muçulmana em favor de uma coalizão de oposição.




O partido da ex-primeira-ministra Benazir Bhutto, que morreu assassinada em dezembro, o Partido Popular do Paquistão (PPP) conseguiu a maioria das cadeiras do Congresso Nacional, enquanto aliados de Musharraf, ex chefe do Exército que promoveu um golpe de Estado em 1999, sofreram derrotas significativas.




O PPP, porém, precisa fazer coligações e a base governista pretende persuadir o partido a fazer a coalizão com a Liga Muçulmana do Paquistão - Q (PML-Q), pró-Musharraf, e assim garantir a liderança do ditador.




Em entrevista ao jornal americano "Wall Street Journal" publicada nesta quarta-feira, Musharraf disse: "Nós temos de seguir em frente no caminho de um governo estável e democrático no Paquistão". Ele declarou que ainda é cedo para dizer quem pode se tornar o primeiro-ministro do país, que deve ser escolhido pelo parlamento recém-eleito.




Sobre Nawaz Sharif, premiê deposto por ele no golpe de Estado de 1999, o ditador afirmou que o governo "é feito" entre presidente e primeiro-ministro. Mas "o mandato do presidente não é para dividir o poder com o premiê", declarou.




Para ele, a disputa acontece quando o primeiro-ministro e o presidente "tentam se livrar" um do outro. "Eu espero que nós evitemos esse tipo de disputa", completou.




Desde que retornou do exílio na Arábia Saudita, em novembro passado, Sharif diz que sua missão é tirar Musharraf do poder. Seu partido --a Liga Muçulmana do Paquistão - N (PQL-N)-- conseguiu o segundo maior número de cadeiras nas últimas eleições.




Com Reuters



www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u374089.shtml

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