SÃO PAULO – O Comitê Administrativo da Braskem aprovou, na última segunda-feira, o investimento de R$95,5 milhões no Pólo Industrial de Camaçari para converter a atual produção de MTBE (aditivo da gasolina), em ETBE, um produto ambientalmente mais correto, pois usa etanol proveniente de cana-de-açúcar em sua preparação. A confirmação do investimento foi feita ontem, pelo presidente da companhia, José Carlos Grubisich, em coletiva à imprensa, em São Paulo. Segundo ele, o recurso já está garantido e a previsão é de que o produto esteja no mercado a partir de 2009.
“Esta iniciativa vai aumentar a competitividade do Pólo de Camaçari, além de gerar uma série de impactos indiretos na região, incluindo novos empregos na fase de produção”, afirma o presidente, complementando que a conversão do processo produtivo nas duas unidades de MTBE da Braskem de Camaçari exige uma série de modernizações e atualizações tecnológicas, que devem começar o mais rápido possível. Os principais mercados para o ETBE produzido pela Braskem já foram pré-definidos como os países da Europa e o Japão, que elegeram o produto como o biocombustível que vai elevar a octanagem da sua gasolina.
O processo de inovação tecnológica para a converção de MTBE para ETBE, que resulta em uma redução de 76% de emissão de dióxido de carbono, já foi finalizado pela Braskem nas unidades da Copesul – indústria de primeira geração do Pólo Petroquímico do Sul (localizado em Triunfo, no Rio Grande do Sul) –, que acaba de exportar sua primeira carga de cinco mil toneladas de ETBE para o Japão. “Após finalizarmos a conversão, as novas plantas da Bahia terão capacidade para 160 mil toneladas por ano ano de ETBE, elevando a capacidade da Braskem desse produto para cerca de 300 mil toneladas por ano”, garante Grubisich.
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PVC: Bahia perde ampliação
SÃO PAULO - Fundado há 30 anos, o Pólo Petroquímico de Camaçari enfrenta uma série de desafios. Além do alto custo da matéria-prima (nafta e gás natural), as plantas baianas estão defasadas e a infra-estrutura deteriorada, segundo especialistas do setor petroquímico na Bahia. Diante desta realidade, a Braskem anunciou ontem ter optado por Alagoas para investir na expansão da produção de PVC, operação prevista para o início de 2010, com elevação da capacidade para 200 mil toneladas por ano. “Se o mercado de PVC continuar crescendo, em 2012 a planta de Alagoas vai ficar pequena. Daí teremos que expandir para Camaçari”, desconversa Grubisich, justificando que Alagoas possui uma maior capacidade de ampliação. Segundo ele, ainda não foi definido o valor que será aplicado na ampliação da planta em Alagoas.
Segundo ele, a Braskem já investiu, no mínimo, cerca de R$1,5 bilhão na unidade baiana. “Se verificarmos os investimentos dos anos anteriores, vamos perceber que cerca de 40% do montante que investimos foi destinado para Camaçari”, calcula, complementando que o Conselho de Administração da empresa vai decidir, dentro de no máximo dois meses, se instala na Bahia ou no Rio Grande do Sul a unidade que produzirá resinas a partir do álcool de cana-de-açúcar. Sem revelar detalhes, inclusive sobre os investimentos, ele afirma apenas que a intenção é iniciar a produção com 200 toneladas/ano.
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Lucro líquido do grupo aumentou 70%
SÃO PAULO – A Baskem alcançou um lucro líquido antes dos minoritários de R$1 bilhão em 2007, representando um crescimento de 70% em relação a 2006. O resultado foi apresentado ontem, pelo presidente da companhia, José Carlos Grubisich. “O ano passado foi um ano de grandes avanços para a Braskem, tanto na área estratégica quanto na área econômica”, comemora. Ele acredita que a aquisição dos ativos petroquímicos do Grupo Ipiranga em parceria com a Petrobras, anunciada em março de 2007, foi um dos fatores decisivos no processo de consolidação do setor no país e representou uma evolução expressiva no porte e no nível de competitividade da Braskem.
Com a integração e consolidação desses ativos, a Braskem, que no final de 2007 recebeu o título de maior grupo petroquímico brasileiro e terceiro maior do continente em volume de produção, ampliou sua vantagem sobre os concorrentes em capacidade produtiva e dimensão empresarial, passando a contar com capacidade para processar 2,5 milhões de toneladas por ano de eteno e 3,3 milhões de toneladas/ano de resinas, tornando-se a terceira maior produtora de resinas das Américas. Do ponto de vista operacional, a companhia atingiu seu recorde histórico de produção de resina, com 2,8 milhões de toneladas.
Exportações - O desempenho do comécio exterior da Braskem foi um dos destaques da empresa em 2007, atingindo R$2,3 bilhões (24% da receita líquida total), comparada a US$2,1 bilhões em 2006. De acordo com Grubisich, esse crescimento de 12%, em dólares, deve-se basicamente aos melhores preços de resinas. O EBITDA consolidado foi de R$3,2 bilhões, um incremento de 5% sobre o EBITDA de R$3 bilhões registrados no ano anterior. “Esse crescimento no EBITDA reflete na capacidade de melhorar a competitividade, mesmo em período onde as matérias-primas (nafta e petróleo) estão tão caras”, diz ele.
Quanto aos investimentos programados para 2008, o presidente afirma que devem atingir R$1,3 bilhão, o mesmo montante de 2007, sobretudo em projetos de expansão e mellhoria em todas as 18 plantas industriais distribuídas pelo Brasil. Este valor inclue as paradas programadas para manutenção na Copesul (em abril) e em Camaçari (em maio). Entre os novos projetos da Braskem, ele destacou três que incluem expansões adicionais de capacidade de plantas já existentes: expansões de polietileno (PE) e polipropileno (PP) em estudo no Complexo de Triunfo; expansão de capacidade de PVC entre 150 e 200 mil toneladas, no Pólo de Alagoas, em 2010; e uma nova planta de PP, em Camacari, para 2012, que terá uma capacidade de 300 mil toneladas do produto.
A repórter viajou para a coletiva a convite da Braskem
www.correiodabahia.com.br/economia/noticia.asp?codigo=148039
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