sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Voto hispânico será fundamental para Hillary em prévias do Texas

Reuters/Brasil Online





Por Ed Stoddard




PHARR, EUA (Reuters) - Gloria Colmenares enfrentou momentos difíceis em sua vida e diz que é por esse motivo que vota em Hillary Clinton nas prévias democratas do Texas, marcadas para 4 de março.




"Eu sei que ela é rica, mas ela ainda continua a lutar pelos direitos do povo. E eu gostaria de ver um sistema público de saúde universal e de ver os idosos mais bem assistidos", disse a viúva Colmenares, 65, à Reuters, em sua modesta casa no bairro operário majoritariamente hispânico de Pharr, uma cidade da fronteira sul do Texas.




As esperanças de Hillary de recuperar-se na campanha para a vaga do Partido Democrata nas eleições presidenciais dos EUA dependem em grande parte de eleitores hispânicos como Colmenares optarem por ela ao invés de Barack Obama na votação de 4 de março.




Analistas dizem que a pré-candidata deve vencer no Texas e, no mesmo dia, em Ohio, mantendo vivas suas chances na disputa.




Assustados com a postura rígida adotada pelos republicanos e por políticas de combate à imigração ilegal, os latinos podem desempenhar um papel decisivo nas prévias democratas do Texas - e, até hoje, essa fatia do eleitorado tem preferido Hillary a Obama.




Esse apoio, no entanto, não pode mais ser visto como certo, já que Obama, vencedor nas últimas dez prévias, recebe cada vez mais suporte em bases de apoio tradicionalmente ligadas a Hillary, como as mulheres, os eleitores mais velhos e os hispânicos.




Obama encontra-se em um momento de ascensão e entrevistas realizadas com vários eleitores em potencial dessa região marcada pela presença de latinos mostraram que a geração mais jovem pende para o senador de Illinois, que é negro.




"Tenho amigos e parentes lá (no Iraque) e Obama vai acabar com a guerra", afirmou Jenissa Arrambide, 18, estudante da Universidade do Texas em Brownsville.




Segundo o Pew Hispanic Center, os latinos mais jovens votaram como seus pais nas primárias da "superterça", no dia 5 de fevereiro, favorecendo Hillary.




Em 16 Estados da "superterça" onde houve pesquisas de boca-de-urna, 63 por cento dos hispânicos ficaram ao lado de Hillary, disse Susan Minushkin, do Pew Hispanic Center.




"Mas isso foi no dia 5 de fevereiro e as coisas podem mudar até o dia 4 de março", afirmou.




Tanto Obama quanto Hillary tentam garantir que o maior número possível de latinos compareça às urnas.




"Os hispânicos têm aumentado sua participação no quesito comparecimento às urnas", disse Minushkin.




ECONOMIA E SAÚDE




Colmenares, que exerceu seu direito de votar dias antes da eleição, afirmou preocupar-se com as questões econômicas e com a falta de serviços de saúde na região, onde muitos hispânicos sentiram-se politicamente marginalizados no passado.




A maior parte das pessoas tem dito que a raça não é um fator determinante na escolha de seu candidato, apesar de haver especulações sobre a possibilidade de o eleitorado latino relutar em votar em um presidente negro.




Muitos eleitores também disseram aprovar o plano de saúde universal de Hillary. O plano de saúde defendido por Obama é semelhante e daria cobertura para quase todos os norte-americanos.




Em uma clínica de atendimento médico da região que oferece tratamento gratuito e subsidiado, cerca de 40 pessoas aguardavam pacientemente em uma fila, o que chama atenção para a importância do assunto entre essa população.




"Estamos familiarizados com os Clinton e com suas propostas. Em particular a respeito da saúde, que é algo muito importante", afirmou Juan Hinojosa, senador na câmara estadual do Texas.



http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2008/02/22/
voto_hispanico_sera_fundamental_para_hillary
_em_previas_do_texas-425778502.as

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