sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Bolsas européias sobem com mineradoras, apesar de empregos nos EUA

da Folha Online




As Bolsas européias fecharam em alta nesta sexta-feira. O negócio entre as empresas do setor de alumínio Chinalco e Alcoa e a mineradora anglo-australiana Rio Tinto ajudou os investidores a manterem o bom humor, ofuscando o impacto do fechamento de 17 mil postos de trabalho nos EUA em janeiro.




O índice FTSEurofirst 300 --que reúne as ações das principais empresas européias-- chegou a subir hoje 1,6%, indo para 1.350,73 pontos.




A Bolsa de Londres subiu 2,54%, para 6.029,20 pontos; a Bolsa de Paris teve alta de 2,22%, indo para 4.978,06 pontos; a Bolsa de Frankfurt subiu 1,71%, para 6.968,67 pontos; a Bolsa de Milão fechou em alta de 1,30%, indo para 26.324 pontos; a Bolsa de Amsterdã teve alta de 2,33%, indo para 451,61 pontos; e a Bolsa de Zurique subiu 1,90%, indo para 7.815,98 pontos.




As ações da Rio Tinto subiram 12,8%, com o anúncio de que a Chinalco e a Alcoa formaram uma parceria para comprar uma participação de 12% na mineradora anglo-australiana.




Segundo comunicado conjunto, as duas informaram que "não pretendem atualmente fazer uma oferta" para comprar a totalidade da Rio Tinto. No entanto, ambas podem vir a fazer tal oferta, caso a diretoria da mineradora recomende o negócio ou caso a BHP Billiton apresente uma nova oferta com "termos melhorados" em relação à proposta que apresentou no ano passado.




Em novembro de 2007, a BHP havia feito uma oferta de cerca de US$ 130 bilhões para adquirir 100% da Rio Tinto --rejeitou a proposta, afirmando que o valor era baixo demais. O Painel de Aquisições do Reino Unido estabeleceu o dia 6 deste mês para que a BHP faça uma oferta formal de aquisição ou desista do negócio.






Também subiram as ações do Société Générale (6%), com os rumores de que o rival Credit Agricole teria contratado conselheiros para estruturar uma possível oferta de compra.




O BNP Paribas admitiu ontem que estuda a possibilidade de uma oferta de compra do Société Générale. Segundo o jornal econômico francês "Les Echos", o BNP Paribas criou uma equipe de conselheiros que trabalha ativamente no projeto, que ganha força a cada dia, apesar desta fusão ser algo que o presidente do Société, Daniel Bouton, tenta impedir há 10 anos.




Nesta semana, no entanto, o primeiro-ministro francês, François Fillon, afirmou que não irá tolerar que o Société Générale seja alvo de ofertas hostis por parte de outras entidades. O banco, fundado há 140 anos, foi alvo de uma fraude de US$ 7 bilhões. O operador envolvido no esquema, Jérôme Kerviel, era responsável por negociar papéis chamados de "plain vanilla" --instrumento financeiro de tipo mais simples, em geral na forma de opções de ações, títulos ou contratos futuros.




EUA



O Departamento do Trabalho informou hoje que a economia americana eliminou 17 mil empregos em janeiro, registrando a primeira queda desde agosto de 2003, quando houve o fechamento de 42 mil vagas.




Em agosto do ano passado, o departamento havia informado a eliminação de 4.000 postos de trabalho, mas o dado foi revisto e passou a mostrar a criação de 89 mil empregos.




A taxa de desemprego, no entanto, registrou um ligeiro recuo no mês passado, para 4,9%, contra 5% registrados em dezembro.




O departamento informou também que o dado de dezembro foi revisto para cima e passou a mostrar a criação de 82 mil postos de trabalho --a estimativa inicial mostrava a criação de apenas 18 mil empregos. O número de novembro, por sua vez, foi revisto para baixo, ficando em 60 mil novas vagas.




Recessão



Os dados de hoje devem alimentar os temores entre economistas e investidores de uma recessão nos EUA. O desempenho fraco do mercado de trabalho chega dois dias depois de o Departamento do Comércio ter anunciado que a economia americana cresceu apenas 0,6% no quarto trimestre de 2007, contra uma expectativa de expansão de 1,2%.




O Federal Reserve (Fed, o BC americano), no mesmo dia do anúncio da estimativa do PIB (Produto Interno Bruto), reduziu sua taxa de juros para 3% ao ano (corte de 0,50 ponto percentual), pouco mais de uma semana depois de ter efetuado um corte de 0,75 ponto percentual.




Na nota divulgada após a decisão, o Fed diz que vê 'algum enfraquecimento' no mercado de trabalho e destaca a turbulência nos mercados financeiros, causada pela crise no setor imobiliário residencial.



http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u368951.shtml

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