domingo, 3 de fevereiro de 2008

Rebeldes do Chade invadem capital para destituir governo

Mas após repressão militar, militantes aceitam cessar-fogo, diz agência líbia





Ap, Afp, Efe e Reuters




Rebeldes chadianos que tentam derrubar o presidente Idriss Deby invadiram ontem a capital Ndjamena após mais de três horas de confronto com o Exército do país. A rede de TV Al-Jazeera, um dos poucos veículos de comunicação com correspondente na capital chadiana, informou que os combates entre os rebeldes e as forças militares deixaram vários mortos nas imediações do palácio, mas destacou que, como a rádio oficial do país interrompeu suas transmissões na manhã de ontem, não havia nenhuma informação oficial que confirmasse o número de mortos e feridos.



Horas depois da invasão, o principal chefe da rebelião, o general Mahamat Nuri, aceitou um cessar-fogo proposto pelo líder da Líbia, Muamar Kadafi, encarregado pela União Africana de encontrar uma solução para a crise no país. A informação, não confirmada por fontes independentes, foi divulgada pela agência oficial líbia JANA, que também afirmou que os rebeldes aceitaram negociar para aplicar um acordo de paz assinado em outubro.



Segundo a agência, Deby assegurou que as forças do governo estavam “controlando a situação”. Outra fonte ligada às Forças Armadas afirmou que os militares conseguiram expulsar os rebeldes dos arredores da sede do governo.



Cerca de 2 mil rebeldes chegaram a Ndjamena na manhã de ontem e se dirigiram à sede do governo. Os combates começaram a 20 quilômetros ao norte da capital, com intensos tiroteios. Na segunda-feira, uma coluna rebelde formada por cerca de 300 caminhões - transportando de 10 a 15 homens cada - deixou o Sudão, onde os militantes tinham estabelecido suas bases, e atravessou 800 quilômetros pelo sul do Chade.



Os rebeldes não encontraram resistência até chegarem em Massaguet, a 50 quilômetros ao noroeste da capital, na sexta-feira. O presidente chegou a ir até ao local dos combates, mas voltou a Ndjamena depois que as Forças Armadas não conseguiram se impor frente aos rebeldes.



O presidente francês, Nicolas Sarkozy, manteve conversas com Deby para discutir a situação e assegurou que todas as medidas foram tomadas para garantir a segurança dos franceses que estão no Chade. Atualmente, 1,5 mil franceses moram no país, dos quais 85% concentram-se em Ndjamena. O Ministério de Relações Exteriores da França afirmou que militares franceses estavam protegendo cerca de 700 estrangeiros, que deveriam ser retirados da capital. A ONU anunciou que retiraria todos seus funcionários da capital por causa dos combates.



A batalha na capital ocorreu um dia depois de a União Européia ter suspendido o envio de uma força de paz de 3,7 membros na área de fronteira entre o Chade e a região de Darfur, no Sudão, para garantir a segurança na região. O conflito em Darfur, iniciado em 2004, levou a violência e a crise de refugiados até o leste do Chade. Cerca de 400 mil refugiados estão em acampamentos da ONU no país.




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