quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Ministro luso daria explicação a deputados sobre caso Maddie

Lisboa, 7 fev (Lusa) - O ministro português da Justiça, Alberto Costa, disse nesta quinta-feira estar disponível para prestar esclarecimentos no Parlamento sobre as declarações do diretor da Polícia Judiciária (PJ, similar a Polícia Federal brasileira) sobre o "caso Maddie".



O anúncio foi feito um dia após o Centro Democrático Social - Partido Popular (CDS-PP), que faz oposição ao governo português, dizer que iria solicitar a presença de Alberto Costa no Parlamento.



O diretor nacional da PJ, Alípio Ribeiro, afirmou no sábado que pode ter havido precipitação na declaração de suspeitos de Robert Murat e dos pais da menina inglesa desaparecida de um complexo turístico no sul de Portugal, em maio de 2007.



Na quarta-feira, o ministro português da Justiça manifestou confiança no diretor da Polícia Judiciária.



"O fato de o diretor nacional da PJ continuar em funções significa tudo o que penso sobre essa matéria", declarou Alberto Costa, ao ser questionado sobre as declarações de Alípio Ribeiro.



Para o CDS-PP, a reação do ministro da Justiça foi "completamente insuficiente", tendo em conta que Alípio Ribeiro fez "uma declaração de extrema gravidade".



"Isto é demasiado sério, grave e extremo para que o senhor ministro da Justiça diga simplesmente que, mantendo o diretor nacional da PJ no lugar, significa que tem confiança nele. Não pode ficar por aí", afirmou o deputado português Nuno Melo.



O representante do CSD-PP sublinhou ainda que a declaração de Alípio Ribeiro "matou a investigação criminal", uma vez que tira a credibilidade do Ministério Público português.



Para o político, o processo sobre desaparecimento da menina britânica Madeleine McCann é o "mais midiatizado da história da PJ portuguesa" e a declaração, "além da questão judicial, afeta diretamente a imagem de Portugal no mundo".



"Das duas uma: ou a afirmação do diretor da PJ é verdadeira, e isso significaria um sistema judicial completamente fora de controle, ou a afirmação é falsa e, nesse caso, o doutor Alípio Ribeiro não poderia ficar nem mais um dia à frente da PJ", sublinhou.



Segundo Nuno Melo, Alberto Costa não deveria demitir Alípio Ribeiro, mas sim dar explicações sobre suas declarações.



A entrevista de Alípio Ribeiro suscitou reações do presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, que criticou que os responsáveis de organizações falem sobre processos pendentes, e do advogado português do casal McCann, que apelou ao cumprimento do Dever de Reserva.



Na seqüência da entrevista, o porta-voz do casal inglês defendeu que as autoridades portuguesas devem retirar o estatuto de suspeito do casal.



A menina britânica Madeleine McCann desapareceu em 3 de maio de 2007, de um complexo turístico em Praia da Luz, Algarve, tendo a aparente falta de pistas e de motivações que expliquem o ocorrido transformado o caso em um dos processos mais repercutidos na mídia internacional.



Depois de os próprios pais da menina terem sido declarados suspeitos no inquérito, o processo foi considerado de especial complexidade em 14 de janeiro, o que permitiu prolongar o prazo do segredo de justiça por mais três meses.



http://www.agencialusa.com.br/index.php?iden=13735

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