sábado, 9 de fevereiro de 2008

Métodos de contagem de delegados variam, assim como os totais

Diferenças tornam difícil saber qual candidato democrata está na frente.



Para algumas pesquisas, Hillary está ganhando. Em outras, Obama lidera.







MIKE McINTIRE Do New York Times


Foto: Reuters
Reuters



Montagem dos pré-candidatos Hillary Clinton e Barack Obama em discursos após a superterça (Foto: Reuters)






Assista a MSNBC e você vai ver que o Senador Barack Obama tem mais delegados (861) do que a Senadora Hillary Rodham Clinton (855) na disputa presidencial. Acesse politico.com, o site sobre política, e você descobre que Clinton está na frente, com mil delegados contra 902 de Obama. Já o New York Times informa que Clinton tem 912 e Obama, 741. E as campanhas dão ainda mais versões do número total. As enormes divergências nos números de delegados dizem tanto sobre a natureza bizarra do método de nomeação utilizado pelos democratas quanto sobre os diferentes métodos de contagem utilizado por diferentes agências de notícias.




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Acrescente a isso os atrasos no relato de resultados de todos os estados que votaram na última terça-feira e a perda de delegados de alguns estados que alteraram a data de suas primárias (desafiando a s regras partidárias) e os eleitores se de vêem diante de uma visão frustrantemente imprecisa de quem está na frente entre os Democratas.




Tanta incerteza quanto à contagem de delegados já ocorreu em outras campanhas, mas o que está em jogo é muito mais importante desta vez, com Clinton e Obama numa batalha acirrada que parece destacar a percepção de avanço dos candidatos. Nessa atmosfera tensa, a contagem de delegados contestada é mais do que um exercício de estatística – ela pode influenciar a habilidade de o candidato arrecadar fundos, convencer líderes partidários e conseguir votos. “O sistema é complicado demais e isso é o que acontece como resultado”, afirmou Sheinkopf, consultor democrata em Nova Iorque.




“Eles vão brigar até o último delegado porque os delegados agora se tornaram um meio para que os candidatos ganhem impulso e tudo o que vem com isso.” A dificuldade em avaliar a força dos delegados está no sistema de múltiplos passos dos caucasos, que é diferente das primárias, que são eventos de um único dia em que os eleitores vão votar e os resultados normalmente são conclusivos. Um caucaso, por outro lado, é apenas o primeiro passo de um processo que pode se arrastar até o final da primavera antes de produzir números confiáveis. Como resultado, algumas organizações de notícias não incorporam caucasos aos resultados quando projetam contagem de delegados e em vez disso esperam até que os delegados desses estados estejam oficialmente certificados. Até sexta-feira, sete estados – Alaska, Colorado, Idaho, Minnesota, Nevada e Dakota do Norte – haviam realizado realizados caucasos democratas de bairro para escolher delegados que atuarão em convenções distritais ou estaduais nos próximos meses. É nessas convenções que os delegados irão se comprometer oficialmente com um candidato na convenção nacional em Denver, onde 2025 delegados são necessários para que se conquiste a nomeação.




Até agora, não há nada que possa impedir o resultado dos caucasos de mudar e é por isso que o The New York Times não contou os 169 delegados dos seis estados em seus resultados (o The Times está contando Minnesota, cujos caucasos são obrigatórios. Em comparação, novas organizações que estão informando contagens locais de delegados mais elevadas – a Associated Press informa que Clinton tem 1045 delegados e Obama 960 – estão fazendo projeções de que os resultados dos caucasos vão se manter no final. A melhor maneira de considerar os resultados dos caucasos tem sido assunto de debates intensos há muito tempo. Rhodes Cook, analista político não partidário que já cobriu as eleições para a publicação Congressional Quarterly, afirmou que estava “enlouquecendo com a contagem de delegados” quando tentava analisar os caucasos e não arriscou previsões para o resultado das subseqüentes convenções intra-estaduais. “Eu tendia a fazer uma contagem conservadora e não fazer projeções de delegados nos estados em que havia caucasos até que o processo fosse concluído”, afirmou Cook. “Em cada etapa do processo – as convenções do condado, as convenções estaduais – você pode obter uma contagem alterada.




Para aumentar a confusão está o fato de o Comitê Nacional Democrata ter retirado os delegados de dois estados populosos, Flórida e Michigan, como castigo por terem alterado a data de seus caucasos para mais cedo do que o permitido pelas regras do partido. Quando os eleitores foram votar nesses estados, Clinton clamou vitória em ambos e como resultado disso, não conquistou nenhum delegado. Os problemas na contagem de delegados também foram exacerbados esta semana por causa dos atrasos nos relatórios oficias dos resultados de um punhado de estados na última terça-feira, em alguns casos devido a tempestades violentas no Sul. A fluidez da contagem de delegados é intensificada pela presença dos chamados superdelegados, líderes partidários e oficiais eleitos que podem apoiar quem quer que escolham, independentemente dos caucasos e das convenções. Dos 796 superdelegados no país inteiro, apenas 303 declararam publicamente seu apoio por algum candidato até sexta-feira, de acordo com a pesquisa de delegados realizado pelo The New York Times e a CBS News. Outros órgãos de notícias têm seus próprios métodos de contabilizar super delegados, o que pode gerar diferenças nos resultados.




As imprecisões do processo são visíveis em Iowa, onde foi relatado que Obama conseguiu o maior apoio dos que compareceram aos caucasos de janeiro. Cinqüenta e sete delegados estão em jogo em Iowa, incluindo 12 superdelegados. Em apenas alguns dias, um superdelegado deixou de ser alguém sem compromisso e passou a apoiar Obama e outro mudou para Clinton depois de apoiar John Edwards, que desde então abandonou a disputa. Quanto aos delegados restantes em Iowa, eles não irão se comprometer oficialmente com um candidato até depois que o partido conclua as convenções dos condados em 15 de março, as convenções distritais em 26 de abril e as convenções estaduais em 14 de junho, declarou Norm Sterzbach, diretor político do Partido Democrata de Iowa. “Essencialmente, nós começamos tudo de novo no âmbito dos condados, distritos e estados”, afirmou ele, acrescentando ainda que os representantes das campanhas de Clinton e Obama continuam em Iowa para se preparar para as próximas convenções.




Sterzenbach afirmou que em eleições anteriores, um nomeado normalmente surgia na época em que o partido fazia as convenções nos condados e que a maioria dos delegados simplesmente se aproximava dessa pessoa independente do resultado dos primeiros caucasos. Mas a diferença de colocação entre os candidatos este ano está sendo tão pequena que isso faz com que as convenções sejam ainda mais importantes. Devido a maior atenção prestada à contagem de delegados, o The Times está trabalhando para mudar o modo como divulga o número total, explicando que alguns delegados não foram contados devido a resultados parciais ou processos de Cáucaso incompletos. “Estamos tentando encontrar uma maneira de oferecer aos leitores uma visão rápida de partes que estão se movendo”, afirmou Janet Elder, editora do departamento de pesquisas de notícias do jornal. “Acreditamos que será útil começar a explicar aos leitores os componentes de nosso resultado final em detalhes”.


http://g1.globo.com/Noticias/Mundo

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