"Comunico que não aspirarei e nem aceitarei; repito, não aspirarei e nem aceitarei, os cargos de presidente do Conselho de Estado e comandante-em-chefe de Cuba", disse Castro, em mensagem publicada nesta terça-feira pelo diário oficial "Gramma".
"Desempenhei o honroso cargo de presidente ao longo de muitos anos. Em 15 de fevereiro de 1976, foi aprovada a Constituição Socialista por voto livre, direto e secreto de mais de 95% dos cidadãos com direito a voto", acrescenta a mensagem divulgada esta madrugada no site do jornal do comitê central do Partido Comunista cubano.
O anúncio foi realizado apenas cinco dias antes da nomeação, por parte do Parlamento cubano, de um novo Conselho de Estado, do qual Castro era até agora presidente.
"A primeira Assembléia Nacional foi constituída em 2 de dezembro desse ano (76), e elegeu o Conselho de Estado e sua Presidência.
Antes tinha exercido o cargo de primeiro-ministro durante quase 18 anos. Sempre dispus das prerrogativas necessárias para levar adiante a obra revolucionária com o apoio da imensa maioria do povo", afirma Castro.
Convalescente de uma doença intestinal que lhe obrigou a ceder provisoriamente seus cargos em julho de 2006 a seu irmão Raúl, Fidel Castro acrescenta que "sempre desejou cumprir o dever até o último sopro", mas que seu estado crítico de saúde lhe afastou do poder.
"Trairia minha consciência ocupar uma responsabilidade que requer mobilidade e entrega total quando não estou em condições físicas de oferecer isso", afirmou.
"O próprio Raúl, que adicionalmente ocupa o cargo de Ministro das Forças Armadas por méritos pessoais, e os demais companheiros da direção do Partido e do Estado, foram resistentes a considerar-me afastado de meus cargos, apesar de meu precário estado de saúde", acrescenta Castro.
"Era incômoda minha posição frente a um adversário que fez de tudo para se desfazer de mim, e em nada me agradava comprazê-lo", afirmou, em referência aos Estados Unidos.
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