Vários suspeitos foram presos na operação.
Kurt Westergaard desenhou a caricatura mais polêmica entre as publicadas em 2005.
A polícia da Dinamarca prendeu nesta terça-feira (12) vários suspeitos de planejar um atentado contra um dos 12 chargistas do jornal "Jyllands-Posten", o principal do país, que publicou em setembro de 2005 polêmicas caricaturas de Maomé.
O diretor do serviço de inteligência da polícia (PET), Jakob Scharf, anunciou que às 4h30 (1h30 de Brasília) a força oficial realizou uma operação na região de Aarhus (centro), em cooperação com a polícia local, para impedir um assassinato com vínculos terroristas.
"O PET não queria correr riscos inúteis com uma intervenção em uma etapa preliminar para provocar o aborto dos planos de atentado", disse Scharf, que destacou ainda que "a operação deve ser considerada fundamentalmente como uma medida preventiva."
"O plano de atentado foi impedido após uma longa vigilância", afirmou Scharf, que não divulgou as identidades nem as nacionalidades dos detidos, nem o nome do chargista ameaçado.
Porém, de acordo com o site do "Jyllands-Posten", se trata de Kurt Westergaard, que desenhou a caricatura mais polêmica, que mostrava a cabeça de Maomé com um turbante em forma de bomba.
Westergaard, de 73 anos, e sua esposa Gitte passaram mais de três meses sob intensa proteção policial. Eles foram obrigados a se mudar várias vezes para locais secretos em conseqüência da descoberta de planos de atentado contra ambos.
Segundo o "Jyllands-Posten" (que tem sede no subúrbio de Aarhus), os planos eram concretos, envolviam cidadãos dinamarqueses e estrangeiros e tinham como objetivo assassinar o chargista em sua residência.
A publicação das charges do profeta, consideradas ofensivas pelos muçulmanos, desatou em fevereiro de 2006 uma avalanche de protestos violentos contra a Dimanarca e o jornal dinamarquês em vários países islâmicos.
"Claro que temo por minha vida quando o PET me informa que algumas pessoas elaboram planos concretos para me matar", declarou Westergaard.
"Me limitei a fazer meu trabalho e continuo fazendo isto. Porém, não sei quanto tempo viverei sob proteção policial", declarou ao Jyllands-Posten.
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL295531
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