quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Alimento tem maior alta desde 2003

Mesmo assim, o IPCA, referência para a meta de inflação, recuou para 0,24% em julho, ante 0,28% em junho


Adriana Chiarini

A deflação de 0,17% na região metropolitana de São Paulo em julho puxou para baixo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que ficou em 0,24%, ante 0,28% em junho. Mas o grupo alimentação continuou pressionando a inflação, com alta de 1,27%, a maior desde março de 2003 (1,66%) e também para os meses de julho desde 2001 (1,78%).

De janeiro a julho, o IPCA subiu 2,32%, pouco mais da metade do centro da meta deste ano, de 4,5%. A taxa em 12 meses confirmou a tendência de alta, ampliando-se de 3,69%, até junho, para 3,74% até julho.

Os preços dos produtos não alimentícios caíram 0,03% no mês, com grande peso da redução da tarifa de eletricidade em São Paulo, de 9,12%, que levou a média nacional para deflação de 3,01%. Outro destaque de queda foi o álcool combustível, de 6,96%. A gasolina ficou 0,51% mais barata.

Alimentos e bebidas suplantaram a deflação média dos demais produtos e responderam por 0,27 ponto porcentual da inflação de julho. A contribuição só do leite e de seus derivados foi de 0,24 ponto, igual ao resultado do IPCA. O item leite e derivados acelerou de 7,35% em junho para 11,31% em julho, acumulando 28,49% no ano.

Não há indicações de desaceleração no preço do leite para agosto, já que a oferta está diminuindo e a demanda nacional e mundial, aumentando, segundo a coordenadora de índices de preço do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Eulina Nunes dos Santos.

Esse fato, somado ao efeito de um aumento, em julho, na telefonia fixa - que ainda tem cerca de 1,5% para ser captado neste mês -, e as prováveis reduções da deflação na energia elétrica e no álcool, Eulina concluiu que ''''a inflação em agosto não ficará próxima do zero''''.

Ela lembrou que outra pesquisa do IBGE indica que o País terá uma safra agrícola recorde este ano. Ainda assim, a alta concentrada no leite e nos seus derivados ''''se alastrou um pouco este mês'''', alcançando carnes (3,58% em julho e 1,2% no ano), feijão preto (4,02% em julho e -7,81% no ano) e frango (1,64% em julho e 4,11% no ano).

A alta acumulada no grupo alimentação até julho está em 5,26%, acima do índice de janeiro a dezembro de 2006 (1,22%), 2005 (1,99%) e 2004 (3,86%).

Oito das onze regiões pesquisadas pelo IBGE tiveram taxas mais altas que a média nacional em julho. Em cinco, a taxa local foi mais que o dobro da nacional, variando de 0,5% a 0,58%.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) subiu 0,32% em julho, ante 0,31% em junho, somando 2,53% no ano e 4,19% em 12 meses. O INPC é calculado com base na renda familiar de um a seis salários mínimos, enquanto o IPCA se baseia no consumo da faixa de um a 40 salários mínimos

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