México, 22 ago (EFE).- As autoridades mexicanas advertiram hoje do risco de inundações e deslizamentos de terra em 15 estados, devido às chuvas associadas ao furacão "Dean", que, pelo terceiro dia consecutivo, mantém a indústria petrolífera no Golfo do México inativa.
Os mais vulneráveis são os estados de Veracruz, Puebla, Hidalgo e San Luis Potosí, segundo o Serviço Meteorológico Nacional (SMN). No entanto, outros 12 estados também podem ser afetados, onde vivem cerca de 20 milhões de pessoas.
Depois de atingir a Península de Iucatã, na terça-feira, com potência máxima (categoria 5 na escala de Saffir Simpson), o furacão atingiu o México hoje, pela segunda vez. Ele chegou ao estado de Veracruz às 11h30 (13h30 de Brasília), com categoria 2, e, pouco depois, caiu para a 1.Agora, o "Dean" tem ventos de 140 km/h e seqüências de até 175 km/h.
O meteorologista Jesús Carachure disse à agência Efe que, nas próximas horas, "ao atingir Sierra Madre", o furacão vai causar chuvas fortes.
"Podem chegar (as chuvas) aos 500 litros por metro quadrado por dia em casos excepcionais", afirmou o especialista, que situa o nível de precipitação média entre 70 e 150 litros.
Pouco depois que o "Dean" voltou a tocar a terra em Veracruz, após atravessar a Península de Iucatã e o Golfo do México, o governador do estado, Fidel Herrera, disse que não havia vítimas, mas que chovia e ventava forte.
A área de impacto do furacão em Veracruz - que cobre uma faixa de costa de 750 quilômetros no Golfo do México - foi Tecolutla, localidade na foz do rio de mesmo nome e com 25 mil habitantes.
Nas próximas horas, deve chover fortemente no local. Alguns rios podem transbordar, e há risco de inundações e deslizamentos de terras.
Por isso, o temor não é somente pela passagem de "Dean", mas por como ficará a região atingida pelo furacão.
Herrera citou que, entre as cidades mais expostas ao "Dean", estão Nautla, Tecolutla, Poza Rica, Martínez de la Torre, Veracruz e Xalapa, a capital do estado de Veracruz, assim como outras localidades litorâneas entre Tuxpan e Tecolutla.
O governador afirmou que a chegada do "Dean" duas horas antes do previsto criou "uma situação de maior vulnerabilidade".
No entanto, as autoridades estão agindo para enfrentar o fenômeno. "Como tínhamos previsto, os sistemas de Defesa Civil e a resposta rápida estão funcionando", acrescentou Herrera.
Até agora, as equipes de assistência evacuaram cerca de 20 mil famílias só nos municípios de Nautla, Casitas e Tecolutla.
Por sua vez, pelo terceiro dia consecutivo, a empresa pública Petróleos Mexicanos (Pemex) mantém suspensa quase toda a sua produção no Golfo do México. Ao todo, 439 poços continuam fechados, o que levará ao corte no fornecimento de milhões de barris de petróleo e milhões de pés cúbicos de gás natural.
Em seu percurso pelo Caribe e pelo Golfo do México, o furacão, que chegou a ser de categoria 5 e ter ventos de até 270 km/h, causou pelo menos 20 mortes: nove no Haiti, duas em Dominica, uma em Santa Lúcia, seis na República Dominicana e duas na Jamaica.
O presidente do México, Felipe Calderón, passou esta noite em Chetumal, uma das cidades mais afetadas pelo "Dean". Ele passou a manhã analisando a situação em Cidade del Carmen, no estado de Campeche, onde só houve danos menores.
Na capital, Cidade do México, onde chove desde hoje cedo, também não houve graves problemas.
O porta-voz do Aeroporto Internacional da Cidade do México, José Luis Uribe, disse à agência Efe que o aeroporto está preparado para enfrentar a qualquer tipo de contingência e que, por enquanto, não será fechado.
Até agora, foram cancelados dez vôos que iam para as cidades afetadas pelo "Dean" ou vinham delas. EFE ea-act is/ma
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