No terceiro dia da rebelião no presídio de Salvador, os detentos fazem novas exigências. A Secretaria de Justiça não aceitou alguns dos pedidos feitos e o impasse continua. Enquanto isso, parentes de presos, entre eles crianças, permanecem dentro do Presídio, que teve a água cortada.
As negociações com os 700 detentos foram interrompidas na noite desta terça e retornam na quarta pela manhã. Os presos, que antes pediam a transferência de 51 detentos que estão no Regime Disciplinar Especial, agora querem que apenas dois sejam beneficiados.
Eles fazem parte da quadrilha de um dos mais perigosos traficantes de drogas de Salvador, que está foragido. Pela manhã, uma comissão de mulheres foi até o Ministério Público Estadual (MPE) pedir aos promotores uma solução imediata para o caso.
Elas também denunciaram a superlotação nos presídios. O procurador-geral do Estado, Lidivaldo Brito, recebeu a comissão, mas disse que os rebelados não estão tendo bom senso. "Está havendo uma radicalização. Não há sinais de que eles estejam sendo flexíveis", afirmou.
Os presos amotinados fizeram novas exigências. Querem a melhoria da assistência médica e odontológica, além de uma revista mais humanizada para os visitantes. De acordo com a Superintendência de Assuntos Penais, a água, dentro do Presídio, foi cortada.
As 150 pessoas que se recusam a deixar o local estão se alimentando com a comida que elas próprias levaram, no domingo, quando a rebelião começou. A secretária de Justiça, Marília Muricy, pede que as famílas saiam. "Essas famílias não devem concordar com a posição dos detentos", disse.
O Sindicato dos Servidores Penitenciários do Estado divulgou nota afirmando que já havia alertado a Secretaria de Justiça sobre a ação de comandos de presos na Bahia. Disse ainda que falta segurança para os agentes que trabalham no Presídio Salvador e na Penitenciária Lemos Brito.
Da Agência O Globo
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