A 14 de Agosto de 2006, Postiga foi reintegrado no plantel do FC Porto. A chamada foi uma das consequências do despedimento de Co Adriaanse, um técnico que abriu com o avançado uma ruptura insanável.
Um ano e 12 golos depois, o internacional português perdeu todos os créditos no Dragão, ao ponto de ser dispensado de um jogo para o qual Jesualdo só chamou dois homens de área: Adriano e Edgar.
Um sinal evidente, mais um, ao qual se podem juntar as declarações de Pinto da Costa: “Nunca se afirmou como um jogador indiscutível.” É assim feito o balanço após seis anos de profissionalismo cheios de altos e baixos. Se Postiga aceitar a proposta que o presidente confessou estar em cima da mesa, parecem definitivamente fechar-se as portas à última grande promessa saída da formação portista. Os técnicos que o conhecem desde miúdo estranham o seu afastamento.
“Não se entende, mas decide quem pode”, afirma António Cacheira, que o orientou no Varzim entre os 10 e aos 12 anos, que também não encontra explicação para os problemas que Postiga tem tido com alguns dos seus treinadores: “Dizem que não se aplica, mas não é essa a imagem que tenho dele. Só se mudou muito...” Mas o antigo tutor não deixa de apontar também que “só fugazmente demonstrou o seu real valor, falta-lhe consistência, vive de momentos”.
Que solução?
Washington, pai de Bruno Alves e que também orientou Postiga no Varzim, entende que “a capacidade dele não pode ser posta em causa, mas o clube define a sua linha e há que respeitar isso”. António Cacheira já não acredita que o FC Porto volte a ser um paraíso para o cachineiro, mas confessa que evita confrontar o antigo pupilo com esse facto: “Noto que é um assunto desagradável para ele.
”Neste ponto, qual a solução adequada? Cacheira, que até treina o irmão mais novo do vila-condense, teme que, tal como João Vieira Pinto, esteja condenado a não emigrar. “Não foi feliz nas experiências que teve lá fora, ele e a família não se adaptam bem”, revela.
Autor: ANDRÉ VIANA
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