quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Entenda o caso do garoto Emmanuel, refém das Farc

da Folha Online


O garoto Emmanuel, 3, filho da refém das Farc (Forças Armadas Revolucionários da Colômbia) Clara Rojas e de um guerrilheiro, tornou-se um complicador no caso dos três seqüestrados que seriam entregues pela guerrilha no final do ano passado.


Após as Farc suspenderem a libertação de Rojas, Emmanuel e a ex-congressista Consuelo González de Perdomo, o garoto entrou no centro das especulações sobre as reais razões que levaram o grupo guerrilheiro a recuar.


Na última segunda-feira (31), as Farc justificaram a desistência da entrega dos reféns dizendo que "atividades militares" colombianas próximas ao local do resgate impediram que a operação fosse concluída.


O presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, porém, negou a versão da guerrilha e afirmou que as Farc não poderiam cumprir sua promessa simplesmente porque Emmanuel não estaria em seu poder.


Uribe afirmou que um garoto de três anos, chamado Juan David Gomez, com a mesma descrição de Emmanuel, vive em Bogotá há dois anos e meio, em um centro estatal de atenção a menores desamparados. Gomez teria sofrido desnutrição e malária.


Nesta terça-feira, familiares de Clara Rojas recolheram amostras de DNA para confirmar ou descartar a hipótese de que o menino é de fato o filho de Rojas.


A principal novidade do caso veio a público nesta quarta, quando o homem que deixou o suposto Emmanuel no orfanato afirmou que o menor pertencia à guerrilha, segundo fontes oficiais colombianas citadas pela imprensa local.


"José Gómez disse aos investigadores que era um menino das Farc", afirmou o jornal "El Tiempo", indicando que o homem, cujo testemunho foi gravado, estaria pedindo agora proteção do Estado.


Gómez, que reclamou a devolução do menino no final de dezembro, também manifestou às autoridades que não era pai ou tio-avô do menino --como afirmara a princípio-- e que não tem nenhum parentesco com ele, segundo o "Tiempo".


O caso Emmanuel provocou mais uma troca de farpas entre Chávez e Uribe. O presidente venezuelano acusou seu homólogo de "dinamitar" a operação de resgate dos reféns ao divulgar a hipótese. Já Uribe defendeu-se dizendo que as Farc enganaram Chávez.


A guerrilha, por sua vez, afirmou que Uribe lançou uma "nuvem de fumaça" sobre o caso. "Quem pode pensar que as Farc, que não reconhecem todas as instituições do Estado, vão confiar ao ICBF (Instituto Colombiano de Bem-Estar Familiar) um filho deles", questionou a Agência de Notícias Nova Colômbia (Anncol) --favorável às Farc-- em seu site.


As Farc anunciaram que libertariam os três reféns no último dia 18, como um "ato de desagravo" a Chávez, que foi afastado das mediações para um acordo humanitário entre o governo colombiano e o grupo guerrilheiro.


do site:

http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u359858.shtml

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